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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Os principais criminosos comandados por Lula


Estes são os principais CRIMINOSOS, equipe comandada por LULA em sua lastimável gestão no Planalto. Seus crimes e as respectivas penas que deveriam estar sendo cumpridas, não fosse o esforço de blindagem do PT de Lula e Dilma.
AS FOTOS, OS CRIMES, AS PENAS, DETALHES E VÍDEO.
Observações: O gigantesco esquema não chegou ao conhecimento do então presidente que deixou a mais desastrosa e maldita herança da história do Brasil - A CORRUPÇÃO INSTITUCIONALIZADA.
 Mensalão do PT
Fonte: VEJA

Os mensaleiros, nas palavras de Roberto Gurgel

Parecer do procurador-geral da República não deixa dúvidas sobre atuação criminosa dos réus do maior escândalo do governo Luiz Inácio Lula da Silva

Carolina Freitas
Em um parecer de 389 páginas sobre o mensalão, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, esclareceu à nação a atuação de cada um dos personagens do maior escândalo do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Gurgel afirma haver provas suficientes para confirmar que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu era o chefe da quadrilha que desviou dinheiro público para comprar o apoio de partidos políticos ao governo federal.
O procurador pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que condene 36 réus da ação. O documento recomenda a absolvição apenas de Luiz Gushiken, ex-ministro da Comunicação Social, e Antônio Lamas, ex-assessor de Valdemar Costa Neto. 
Abaixo, o que disse o procurador sobre cada mensaleiro:


José Dirceu


Crime: Formação de quadrilha e corrupção ativa
Pena: De 19 a 111 anos de prisão
“As provas comprovaram, sem sombra de dúvida, que José Dirceu agiu sempre no comando das ações dos demais integrantes dos núcleos político e operacional do grupo criminoso. Era, enfim, o chefe da quadrilha
“Foi o mentor do esquema ilícito de compra de votos e, como líder do grupo, determinou as ações necessárias à consecução do objetivo que justificou a união de todos os agentes.”
“Partindo de uma visão pragmática, que sempre marcou a sua biografia, José Dirceu resolveu subornar parlamentares federais, tendo como alvos preferenciais dirigentes partidários de agremiações políticas”
“Embora tenha afastado-se formalmente do Partido, manteve-se de fato no seu comando, utilizando-o para viabilizar o esquema ilícito de cooptação de apoio político no Congresso Nacional”
“Provou-se que o acusado associou-se aos dirigentes do seu partido e a empresários do setor de publicidade e financeiro para corromper parlamentares
“Muito embora não aparecesse explicitamente nos atos da quadrilha, estava no comandado das ações dos demais agentes, que a ele se reportavam na condição de líder do grupo”

Marcos Valério

Crime: Formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro
Pena: De 85 a 527 anos de prisão
“Coube-lhe oferecer a estrutura empresarial necessária à obtenção dos recursos que seriam aplicados na compra do apoio parlamentar
“Montou uma intrincada rede societária estruturada para mesclar atividades lícitas de publicidade com atividades criminosas
“Na condição de líder do núcleo operacional e financeiro, foi de fundamental importância para o sucesso do esquema ilícito de desvio de recursos públicos
“De mero financiador do projeto ilícito de José Dirceu, tornou-se personagem influente, com poder até para negociar a formação da base aliada do governo, tornando-se homem de confiança de José Dirceu
“Perícia contábil realizada pelo Instituto Nacional de Criminalística comprovou o verdadeiro quadro de promiscuidade envolvendo as empresas da complexa teia empresarial montada pelo réu Marcos Valério”
“A atuação de Marcos Valério pode ser comprovada pelos atos praticados logo após a eclosão do escândalo, como destruição de notas fiscais, reprocessamento da contabilidade original e até falsificação de contratos”

Delúbio Soares

Crime: Formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro
Pena: De 19 a 111 anos de prisão
“Integrou o grupo criminoso desde 2003, tornando-se o principal elo entre o núcleo político e os núcleos operacional - composto pelo grupo de Marcos Valério – e financeiro - bancos BMG e Rural”
“Coube-lhe os primeiros contatos com Marcos Valério para viabilizar o esquema de obtenção dos recursos que financiaram a cooptação de partidos para a composição da base aliada do governo”
“Comprovou-se que a ação de Delúbio Soares como integrante do grupo criminoso não se limitou a indicar os beneficiários das propinas, tendo sido também o beneficiário final das quantias recebidas

José Genoino

Crime: Formação de quadrilha e corrupção ativa
Pena: De 17 a 99 anos de prisão
"Era o interlocutor político do grupo criminoso. Cabia-lhe formular as propostas de acordos aos líderes dos partidos que comporiam a base aliada do governo"
“Além de conversar com os líderes partidários, convidando-os a apoiar os projetos de interesse do governo, procedia ao ajuste da vantagem financeira que seria paga caso aceitassem a proposta”

Roberto Jefferson

Crime: Corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Pena: De 5 a 22 anos de prisão
“Roberto Jefferson, no período compreendido entre dezembro de 2003 e maio de 2004, recebeu R$ 4.545.000,00 para votar a favor de matérias do interesse do Governo Federal”
“O acordo fechado à época por Roberto Jefferson com José Dirceu impunha o pagamento do valor de R$ 20.000.000,00 para que o PTB aderisse à base de apoio do Governo. Roberto Jefferson recebeu duas parcelas, totalizando R$ 4.000.000,00. Apesar dos seus intensos esforços, Roberto Jefferson não conseguiu receber os R$ 16.000.000,00 faltantes”

Valdemar Costa Neto

Crime: Formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Pena: De 9 a 35 anos de prisão
“Arrecadou o montante de R$ 6.035.742,00 por meio de 63 operações de lavagem de dinheiro

“Recebeu a quantia de R$ 8.885.742,00  para votar a favor de matérias do interesse do Governo Federal. O Parlamentar foi cooptado por José Dirceu”

João Paulo Cunha

Crime: Corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato
Pena: De 10 a 42 anos de prisão
“Desviou, em proveito próprio, o valor de R$ 252.000,00  que pertenciam à Câmara dos Deputados”
“Concordou com a oferta, e, ciente da sua origem ilícita, valeu-se da estrutura de lavagem de dinheiro disponibilizada pelo Banco Rural para receber o valor. Maria Regina Milanésio Cunha, sua esposa, compareceu à agência do Banco Rural no Shopping Brasília e recebeu a quantia em espécie

Duda Mendonça

Crime: Lavagem de dinheiro e evasão de divisas
Pena: De 8 a 32 anos de prisão
“Após receber parte dos valores pelo modelo de lavagem de dinheiro implementado pela direção do Banco Rural, resolveu, em busca de maior segurança na ocultação dos dados da operação, que o restante deveria ser pago em uma conta no exterior

Caso de Polícia

Marcos Valério falsificou documento até de terras da União

MP da Bahia apurou ainda que empresário grilou terrenos no oeste do estado

Cida Alves
O empresário Marcos Valério é preso em Minas Gerais, na Operação Terra do Nunca O empresário Marcos Valério é preso em Minas Gerais, na Operação Terra do Nunca (Charles Silva Duarte/Folhapress)
O esquema de que participava o empresário Marcos Valério, preso na manhã desta quinta-feira, incluia até a falsificação de documentos para que ele aparecesse como proprietário de terras na Bahia que na verdade pertencem à União, informou o Ministério Público Estadual da Bahia (MP-BA). Com a colaboração de advogados e oficiais de cartório, o empresário também conseguiu adquirir terrenos em São Desidério, no oeste do estado, por meio de documento irregulares, o que caracteriza crime de grilagem.
O empresário chega a Salvador nesta tarde e será encaminhado diretamente para o Comando de Operações Especiais da Polícia Civil (COE), onde deve ser interrogado ainda hoje. Após o depoimento, será levado para a Polinter, onde permanecerá detido.
A polícia também encontrou registros em nome de Valério de imóveis que não existem. Todas essas propriedades eram apresentadas pelo empresário como garantia no pagamento de dívidas. Três sócios de Valério participavam do esquema: Ramon Hollerbach, sócio na empresa SMP&B, e Francisco Marcos Castilho Santos e Margaretti Maria de Queiroz Freitas, sócios na DNA Propaganda. Todos foram presos nesta sexta em Minas Gerais. Outras 10 pessoas foram presas na Bahia e uma em São Paulo (veja a lista completa abaixo). No total, foram cumpridos 23 mandados, entre pedidos de prisão preventiva e de busca e apreensão, expedidos pelo juiz Gabriel Moraes Gomes, da comarca de Salvador.
Esquema - A Polícia Civil detalhou que o esquema funcionava com a participação de servidores do Tabelionato do 2º Ofício de Notas da Comarca de Barreiras e do Ofício de Registro de Imóveis de São Desidério. Segundo o delegado Carlos Ferro, titular da Delegacia Territorial de São Desidério, a quadrilha lavrava de forma fraudulenta diversas escrituras públicas de compra e venda nos cartórios das duas cidades. Entre os presos também estão empresários, latifundiários e advogados. As investigações duraram 17 meses e foram coordenadas pelo Departamento de Polícia do Interior (Depin).
A operação, chamada de Terra do Nunca, também contou com as participações do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e de Investigações Criminais (Gaeco), do Ministério Público da Bahia e de Minas Gerais, além das polícias Civil de Minas e São Paulo. Os acusados são alvo de vários inquéritos policiais, tendo como base falsificação de documento público, falsidade ideológica, corrupção ativa e formação de quadrilha.
O advogado de defesa de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, nega irregularidades. Segundo ele, o empresário já prestou explicações sobre o caso à Polícia Federal em Minas Gerais, há três anos. "Isso é assunto velho."
Mensalão - As fraudes vieram à tona em 2005, quando foram iniciadas as investigações pela Polícia Civil, que envolvem dez inquéritos policiais. Nesse mesmo ano foi revelado o envolvimento de Valério no esquema do mensalão, para pagamento de propina a parlamentares da base aliada do governo Lula. O empresário era operador do esquema e é réu na ação do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o caso. Ainda não é possível dizer se, e como, as duas tramas criminosas se retroalimentaram.
Mas o advogado de defesa de Marcos Valério se apressa em negar qualquer ligação direta entre a prisão desta sexta-feira e o processo do mensalão. "Acontece que desde que explodiu o mensalão, começaram a investigar todas as atividades que tenham uma suposta participação do Marcos Valério. E os assuntos relacionados a ele ganham um rigor maior por parte do judiciário", diz Leonardo.
Marcos Valério é um dos 36 réus da ação penal 470, que trata do mensalão, maior escândalo da política recente do Brasil. O empresário foi operador e pivô do esquema, descoberto em 2005. Na ação que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), ele responde por formação de quadrilha, falsidade ideológica, corrupção passiva e ativa, peculato, lavagem de dinheiro, delito de gestão fraudulenta de instituição financeira e evasão de divisas.

O esquema comandado por José Dirceu, então chefe da Casa Civil do governo Luiz Inácio Lula da Silva, consistia na compra de votos de deputados na Câmara Federal, para aprovar projetos do governo. Cada deputado custava cerca de 30 000 reais por mês. A fatura era paga com dinheiro público, desviado por um esquema criado por Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, e por Marcos Valério.
Os detidos:

Belo Horizonte (MG)
Francisco Marcos Castilho Santos, empresário

Marcos Valério Fernandes de Souza, empresário
Margaretti Maria de Queiroz Freitas, empresária
Ramon Hollerbach, empresário
São Paulo
Marcus Vinicius Rodrigues de Martins, empresário
Barreiras (BA)
Adilson Francisco de Jesus
Adroaldo Moreira da Costa, agricultor
Ana Elizabete Vieira Santos, ex-tabeliã e mãe do piloto de fórmula 1, Luiz Razia
Gilkison Botelho dos Anjos, conhecido como "Chiquinho"
João Onivaldo Faccio
Leonardo Monteiro Leite, advogado

Nadir de Oliveira Tavares Botelho, serventuária da Justiça
Nilton Santos de Almeida, empresário e bacharel em Direito
Raimundo Varques Gonçalves Lima, empresário
Ronaldo da Silva Schitine

Absurdo no Congresso

Projeto que anistia mensaleiros entra na pauta da CCJ

Entre beneficiários do esquema estão os cassados Dirceu e Roberto Jefferson

O projeto que anistia os deputados cassados pela Câmara no escândalo do mensalão, descoberto em 2005, foi incluído na pauta da reunião da próxima quarta-feira da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a principal comissão da Casa. O presidente do colegiado e responsável por definir a pauta é o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), um dos réus no processo sobre o tema que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
A proposta polêmica é de autoria do ex-deputado Ernandes Amorim (PTB-RO) e beneficiaria José Dirceu (PT-SP), Roberto Jefferson (PTB-RJ) e Pedro Corrêa (PP-SP) - os três foram cassados e também são réus no processo do STF. Se aprovada a anistia, eles poderiam disputar a eleição. A cassação os privou dos direitos políticos por oito anos.
Amorim argumenta na justificativa do projeto que a Câmara absolveu a maioria dos deputados citados no esquema o que, na visão dele, tornaria injusta a manutenção da punição somente aos três cassados.
"Não se justifica a manutenção da pena de inelegibilidade apenas para os três parlamentares cassados em plenário, designados arbitrariamente para expiar a culpa de grande parte dos parlamentares", diz o autor.
O projeto tramita de forma conjunta com outra proposta, de autoria de Neilton Mulim (PP-RJ), que sugere exatamente o contrário. O projeto do deputado fluminense proíbe "a concessão de anistia aos agentes públicos que perderam a função pública em decorrência de atos antiéticos, imorais ou de improbidade". Por ambos tratarem do mesmo tema, ainda que com visões opostas, eles estão apensados.
Por tramitarem conjuntamente, quando no início deste ano Mulim pediu o desarquivamento de seu projeto o que trata da anistia aos mensaleiros também voltou a tramitar. Ambos agora estão prontos para entrar na pauta da CCJ.
Recuo - Na noite de quinta-feira, após ser questionado pelo jornal O Estado de S. Paulo, João Paulo disse que determinaria que o projeto fosse retirado da pauta.
Empenhado em voltar rapidamente à política, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, apontado como chefe do esquema do mensalão, tem dito publicamente que buscará a anistia no Congresso se for absolvido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O processo deve ser julgado pela Corte no próximo ano.
Mesmo se forem considerados inocentes pelo STF, os três cassados não podem disputar eleições até 2015 porque perderam seus direitos políticos ao terem a perda de mandato decretada pelos colegas. Somente um projeto de anistia, nos moldes deste que está na CCJ, pode reverter essa situação.
(com Agência Estado)

Sexta-feira, 08/07/2011
O procurador-geral Roberto Gurgel pede a condenação de 37, dos 40 denunciados. Os réus vão apresentar uma nova defesa em 30 dias e a estimativa do relator do caso no Supremo, ministro Joaquim Barbosa, é que o julgamento ocorra em 2012.



15/06/2011
às 7:17 \ Brasil

Mensalão: o escândalo que sujou para sempre o nome do PT


A revelação do esquema de corrupção que ficaria eternizado como mensalão completou seis anos em 2011. No ano de 2005, descobriu-se que o PT havia montado um gigantesco esquema de compra de votos de deputados na Câmara Federal, para aprovar projetos do governo. Cada deputado custava cerca de 30 000 reais ao mês. A fatura era paga com dinheiro público, desviado por um esquema criado por Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, e por Marcos Valério, o lobista carequinha. Segundo o Ministério Público, o chefe dessa quadrilha, da qual faziam parte quarenta ladrões, era José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil. Agora, Dirceu e o resto da quadrilha estão sendo processados no Supremo Tribunal Federal. O julgamento do processo no STF poderá ocorrer ainda neste ano. A seguir, relembre detalhes do escândalo – e o que alguns de seus principais personagens têm feito para se livrar da punição.

O termo mensalão eternizou-se no vocabulário político brasileiro, assim como “marajá” e “maracutaia”. Tudo foi descoberto pouco depois de VEJA ter publicado o conteúdo de uma fita em que Maurício Marinho, então chefe de departamento nos Correios, aparece recebendo propina de empresários em nome do presidente do PTB, Roberto Jefferson. Para não cair sozinho, Jefferson revelou em entrevista a um jornal a existência de um esquema de pagamento de propina a deputados da base aliada, conhecido como mensalão. Foi exposta ali a maior e a mais bem organizada quadrilha já descoberta agindo na estrutura de governo.
Como se sabe, entre os 40 acusados, nove tinham posição de destaque no PT. O deputado José Genoíno, processado por corrupção ativa e formação de quadrilha, era o presidente do partido. Além dele, foram denunciados Delúbio Soares, o ex-secretário Silvio Pereira, o ex-ministro Luiz Gushiken, os ex-deputados José Dirceu, Professor Luizinho e João Magno e os deputados João Paulo Cunha e Paulo Rocha. Em depoimento à CPI dos Correios – cuja instalação o governo tentou, sem sucesso, impedir -, Renilda Santiago Fernandes de Souza, mulher do publicitário Marcos Valério, o operador do esquema, disse que Dirceu não só sabia de tudo como ainda se reuniu com representantes dos bancos envolvidos no caso, Rural e BMG, para tratar do assunto.
O escândalo chegou a colocar em risco o prosseguimento do governo Lula, que se viu obrigado a demitir Dirceu, seu homem forte, e Gushiken. Mas o ex-presidente sempre alegou não saber do que se passava nos corredores do Planalto embora as evidências digam o contrário. Depois da denúncia da quadrilha petista feita por Antonio Fernando de Souza, procurador-geral da República, o ex-presidente ficou na incômoda situação de explicar como se pôde armar ao seu redor uma quadrilha tão numerosa e organizada. O procurador-geral deixou vago no organograma da quadrilha o posto logo acima de Dirceu. Mas o quebra-cabeça não é de difícil solução. Basta tentar montar com as peças do quebra-cabeça uma outra imagem que não a de Lula. Não encaixa.
A denúncia do procurador-geral foi aceita, em 2007, pelo STF. Em um julgamento histórico, que teve como estrela o ministro Joaquim Barbosa, o Supremo colocou no banco dos réus os mensaleiros e o governo do PT. Barbosa fez um voto inteligente. Subverteu a ordem da denúncia preparada pelo procurador-geral da República. No seu voto, abriu com o capítulo 5, porque mostrava a fonte do dinheiro que abasteceu o valerioduto. Depois, pulou para o capítulo 3, no qual são narrados os casos de desvio de dinheiro público. E, assim, deixou por último os capítulos mais complexos, incluindo aquele em que José Dirceu e comparsas são acusados de formação de quadrilha. Talvez isso explique a facilidade com que o crime de formação de quadrilha foi aceito – ao contrário das expectativas iniciais. Agora, Barbosa carrega sobre os ombros a pesada possibilidade de relatar o processo do mensalão.
Além de encontrar infindáveis maneiras de adiar o julgamento do processo, a defesa dos envolvidos na quadrilha tem artimanhas para reconstruir a imagem dos acusados – e tentar coagir o Supremo. Os mensaleiros são hoje representações idealistas, criadas para imprimir na opinião pública uma imagem irreal dos envolvidos. Para se ter uma ideia, em abril, Genoíno foi nomeado assessor especial do Ministério da Defesa. A ideia é mostrar que o ex-deputado ocupa um cargo relevante, subordinado diretamente a Nelson Jobim, ex-ministro do STF. A mensagem subliminar é que um ex-magistrado da envergadura de Jobim não ousaria nomear um criminoso para um cargo de tanta confiança. João Paulo Cunha, que presidia a Câmara no período do escândalo, facilitava contratos a financiadores do esquema e usava o dinheiro da propina, assumiu a Comissão de Constituição e Justiça da Casa.
Já Dirceu, que se dedicou aos negócios, fazendo meteórica carreira como despachante de empresas nacionais e estrangeiras com interesses em decisões de órgãos estatais, voltou com força total ao jogo político na eleição que levou Dilma Rousseff à Presidência, já esteve diversas vezes no Palácio do Planalto neste ano e não perde um holofote. No velório do ex-vice-presidente José Alencar, ficou a poucos metros dos ministros do STF Gilmar Mendes e Ellen Gracie, que vão julgá-lo no processo do mensalão. Dirceu chegou, inclusive, a despontar como candidato a ministro do governo Dilma. As nomeações de mensaleiros para postos estratégicos do governo têm o único e claro objetivo de conferir a eles algo que a investigação oficial lhes tirou: respeitabilidade. É uma maneira de tentar conseguir a absolvição perante os cidadãos, para, depois, contar com uma aposta na tradição do Supremo Tribunal Federal de não condenar políticos.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Carta de Fidel a Hugo Chavez e Lula

Áudio e texto completo abaixo.
As instruções de Fidel foram cumpridas em todas as fases deste governo que implantou a corrupção generalizada no país. Podemos prever os próximos passos e, brevemente, teremos a implantação completa, incluindo a censura total da imprensa e nossa perda de liberdade, caso não haja uma reação efetiva do povo e das Forças Armadas que tudo assiste, consciente, mas calada.
O narcotráfico, peça fundamental neste processo, já está em ação e muito bem organizado. Não vemos o mesmo nas únicas forças que podem nos tirar desta grave situação!
Onde estão as ações?
Estamos condenados a viver todo este terror que se projeta para muito breve?

Celso Brasil
______________________________________________________________________________
  
10 de Mayo, 2007
Programa de Radio Caracas Radio, Plomo Parejo, Dirigido por Iván Ballesteros.
Texto completo da carta traduzido abaixo.
En esta emisión el señor Ballesteros lee una carta que le envió fidel castro a hugo chavez hace varios años.




Carta de Fidel Castro a Hugo Chávez (2005)

Carta de Fidel Castro para Chavez, e tambem enviada a Lula.
Veja abaixo, pela curiosidade. Transcrição exata da tradução para o português do documento enviado por Fidel Castro ao Presidente Hugo Cháves, da Venezuela, o qual esquematiza em linhas gerais as três etapas a seguir (a primeira já cumprida, a segunda em vias de), a fim de implantar de vez um regime comunista na Venezuela.
“PRIMEIRA ETAPA. Os pobres são maioria e têm pouca memória. Injeta-lhes esperança e acusa o passado, à Democracia de todos os seus males. Mantém-te em linha permanente com teu povo. Identifica-te com eles. Teu verbo tem de ser simples; isso lhes chega muito bem, pois tens o tempero que faz falta . Emociona-os, leva-os em consideração. Aprende a manipular a ignorância . O verbo deve ser inflamado, de autoridade e poder; não te preocupes com os ricos e a classe média, [pois] não são mais que 80% de pobres o que tu necessitas . Os ricos saem correndo se lhes fazes "Buu!!!"
Os católicos adoram menções da Bíblia ou de Cristo. Os católicos, em que pese ser a grande maioria na Venezuela, não fazem nada. Rezar, sem ações, não vão chegar a parte alguma; são uns bobalhões. Enquanto a igreja está adormecida, aproveita. Quando decidirem mover-se, já estarás instalado. Lembra que a igreja é "escorregadia". Segue fustigando.
Os católicos sem liderança não são ninguém. Nenhum padreco vai reagir. Há dois ou três que querem rebelar-se, porém seus superiores os encurralam. Se vês um sacerdote católico alvoroçado, compra-o, chama-o, ganha-o para ti; se o povo cristão se te rebela, esse será teu último dia... porém, dificilmente esse dia virá. Os judeus na Venezuela não contam, os Evangélicos são uns pobres coitados e as demais religiões para que nomeá-las? Cita o Cristo, sempre, fala em seu nome, lembra que isto a mim me deu excelentes resultados.
Inclui bandeiras e Simón Bolívar quando possas. Gera um novo nacionalismo. Desperta o ódio, divide os venezuelanos.
Esta etapa te dará bons dividendos... Se eliminarão uns aos outros, a violência te ajudará também a instalar-te mais tarde à força. Entretanto, fale-lhes de Democracia . Tens dinheiro, compra a fidelidade enquanto cumpres os teus objetivos. Quando consegues o que queres se se opõem ou te aconselham, despreza-os. Envia-os a embaixadas, dálhes dinheiro para que se calem ou tira-os do país para que a imprensa não os utilize. Os que se oponham "planta-lhes" delitos; isso desqualifica para sempre. Por todos os meios mantém maioria na Assembléia . Mantém a teu lado no mínimo a Procuradoria e o Tribunal. Compre todos os militares com comando de tropa e equipamentos . Põe-os onde há bastante dinheiro. Compra banqueiros. Grandes comerciantes e construtores . Dá-lhes contratos, trabalhos e facilidades para esta primeira etapa.
SEGUNDA ETAPA. Para a segunda etapa tens que haver formado Comitês de Defesa da Revolução que os podes chamar de "Bolivarianos". Faz trabalho comunitário com eles para que te defendam agradecidos. Paga-lhes para que sigam teus alinhamentos (marchas, concentrações). Dos comitês seleciona os mais agressivos para uma força de choque armada que podem necessitar se a coisa se põe difícil. Controla a Polícia, destrói-a. Ponha-na à tua disposição. Na segunda etapa tens que aprofundar a visão da Revolução. Deve-se mencionar muito a palavra revolução. Isto emociona os pobres.
Aqui tens que fraturar as uniões de trabalhadores e de empresários que podem fazer oposição. Aqui temos que
conseguir com que os trabalhadores estejam filiados a uma central paralela. Com dinheiro se consegue. Do mesmo modo, tens que armar uma central de empresários paralela. Ataca os empresários. Acusa-os de famintos, fascistas e particularmente acusa-os de golpistas; faz-te de fraco.
A mente dos homens se situa no mais fraco e na injustiça. Se não o podes comprá-los, fecha os meios de comunicação radial, imprenssa e televisões. Tua empresa de petróleo é quem te produz o dinheiro do projeto. Põe uma Junta Diretora Revolucionária. Demite os técnicos e acaba com essa chamada meritocracia.
TERCEIRA ETAPA. Se tens tudo nesta etapa podes seguir para a terceira. Na terceira etapa podes violar a Constituição porque ninguém vai te impedir. Ordena invasões. Distribui armas, drogas e dinheiro. Acusa-os de espiões e corruptos.
Desprestigia-os. Prende muitos jornalistas, empresários, líderes trabalhistas . Os demais escaparão do país ou serão punidos.
Reestrutura o Gabinete. Aqui podes desfazer-te de teus colaboradores. A alguns podes premiá-los e outros desprezálos pois já não há oposição. Tens que pôr camaradas. Estabelece o chamado constitucionalmente . Estado de Exceção; Suspende garantias. Lança o toque de recolher. Apura-te, olha se o povo te está achando excelente. Fecha todos os meios de comunicação. Destrói Prefeitos e Governadores da oposição.
Anuncia a reestruturação de todas as áreas do Estado e a elaboração de uma nova Constituição. Forma um Conselho de Governo com 500 membros. No Conselho Assessor do Governo estarei eu. Há que fuzilar os opositores que não aprendem. Isso é a única coisa que os silencia e é mais econômico.
Nunca deixes que se organizem, nem deixes que conheçam tuas intenções. Seremos respeitados novamente com o Marxismo-Leninismo. Brasil, Equador, Venezuela e Cuba a passos indestrutíveis. Se vejo que não tens colhões, recolho todo o meu pessoal; podem me matar os militares, quando se te ergam, se não me fazes caso.
Que estás esperando, Hugo?

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

UNE investe em caixas de cerveja, garrafas de uísque escocês e de vodca

A brava UNE que já foi orgulho nacional agora é patrocinada por presentes recebidos de Lula e conivência da Dilma, comprada, também aderiu à corrupção e improbidade.
Celso Brasil

Com a UNE filiada ao governo, eles bebem e você paga

VEJA - 29-10-2011
O TCU investiga repasses de dinheiro do governo à UNE. Já descobriu que parte dos recursos foi usada em festas e na compra de uísque, vodca, cerveja...

Voz rouca: Com o patrocínio do governo, hoje os estudantes ligados à UNE promovem manifestações em prol de causas de interesse do patrocinador   
Voz rouca: Com o patrocínio do governo, hoje os estudantes ligados à UNE promovem manifestações em prol de causas de interesse do patrocinador (Pedro Ladeira/Frame)
Fundada em 1937, a União Nacional dos Estudantes (UNE) foi protagonista de inúmeros episódios de luta por ideais republicanos. Na década de 40, combateu a influência do fascismo europeu no Brasil. Durante os anos mais trevosos do regime militar, seus principais líderes empunharam armas para reivindicar democracia. Essa gloriosa história pertence ao passado. A moçada agora quer sombra, uísque, gelo e água fresca grátis em troca de servidão automática ao governo. Contestação é coisa de otário. Os líderes da principal entidade estudantil brasileira dissipam sua náusea burguesa com garrafas de vodca, uísque, gelo e caixas de cerveja pagos com nosso dinheiro.  Compram tênis e bolsas Puma, Nike ou Adidas, símbolos do “imperialismo”, e mandam a conta para os proletários brasileiros que trabalham e pagam impostos.
A atuação pelega da UNE  de hoje envergonha seus heróis do passado. Dominada por parasitas do PCdoB desde os primórdios, a entidade perdeu a força, a voz — e o pudor. Desde 2003, recebeu 42 milhões de reais de dinheiro tomado pelo governo dos proletários brasileiros e entregue aos pequeno-burgueses que fingem estudar. O Tribunal de Contas da União (TCU) resolveu esmiuçar a aplicação desses recursos e deparou com gravíssimos indícios de irregularidades.
Despesas injustificáveis, descritas em notas fiscais suspeitas, amontoam-se nas prestações de contas investigadas.
Somente em um convescote da UNE de 2008, apelidado de Caravana Estudantil da Saúde, o TCU suspeita que mais de 500.000 reais tenham sido roubados. Essa foi a quantidade de dinheiro que sobrou depois que todas as despesas previstas foram pagas. A UNE devolveu os recursos? Não. Como todo militante adulto da corrupção, a entidade dos jovens mandou avisar que gastou o dinheiro do povo com “assessorias”. “Não tenho conhecimento de irregularidades", diz Daniel Iliescu, presidente da UNE que assumiu há quatro meses. "Se houver e formos notificados pelo TCU, vamos corrigi-las”. Notas fiscais analisadas pelo tribunal mostram que a “revolução pela garrafa” é a nova palavra de ordem da UNE. Sob a fachada de promover Atividades de Cultura e Arte da UNE, em 2007, os pequeno-burgueses da UNE beberam caixas e caixas de cerveja, garrafas de uísque escocês e de vodca. Diz o procurador do TCU Marinus Marsico: “É evidente o descaso da UNE com o patrimônio público. Fico estarrecido de ver tanto dinheiro do povo usado sem obediência aos princípios da moralidade”. Continuem assim, jovens revolucionários da garrafa, um ministério os espera.

sábado, 29 de outubro de 2011

Agora as provas são contundentes - Mistério da Corrupção dos Esportes

Em um ambiente podre, quanto mais se mexe, mais o cheiro fétido se acentua.
Celso Brasil

Nesta página você vê os documentos e todos
os detalhes surpreendentes após o vídeo!

O esquema de Agnelo

Em vídeo, testemunha-chave conta bastidores da teia de corrupção montada no Ministério do Esporte pelo

ex-ministro Agnelo Queiroz. Aparecem nomes e funções dos envolvidos na rede que desviou recursos públicos para ONGs de fachada e empresas fantasmas 

Claudio Dantas Sequeira
chamada.jpg
DESVIOS MILIONÁRIOS
Como ministro do Esporte, o governador do DF
promoveu uma série de acordos ilegais

IstoE_Agnelo_255.jpgNa semana passada, ISTOÉ obteve com exclusividade o inteiro teor de um explosivo depoimento gravado em vídeo por Geraldo Nascimento de Andrade, testemunha-chave das denúncias sobre o esquema de desvio de verbas com ONGS do programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte. Como motorista, arrecadador e até como laranja para empresas fantasmas, Andrade serviu por mais de quatro anos a essa rede de corrupção. Ele é um homem simples, de 25 anos, que na maior parte do tempo esteve preocupado em garantir uma subsistência modesta. Numa gravação de quase duas horas, Andrade conta tudo o que testemunhou e executou para o grupo. Seu relato, nunca revelado na íntegra, impressiona pela riqueza de detalhes e foi repetido por ele à Polícia Civil e ao Ministério Público. As declarações de Andrade foram checadas pelas autoridades, cruzadas com documentos e ofícios internos do Ministério, aos quais ISTOÉ também teve acesso exclusivo. O material embasou duas denúncias já acolhidas pela Justiça Federal e que correm sob segredo de Justiça. Com esse conjunto é possível traçar pela primeira vez um organograma de quando foi instalado, como atuavam, como era feita a distribuição da propina e o papel de cada operador no complexo esquema de dreno de recursos públicos montado no Esporte (leia quadro na pag. ao lado). A gravação deixa evidente que a teia de falcatruas que irrigou o caixa do PCdoB foi iniciada e bem azeitada pelo ex-ministro do Esporte e antecessor de Orlando Silva, Agnelo Queiroz, hoje governador do Distrito Federal. O depoimento de Andrade ajuda a demonstrar, com minúcias, como Agnelo organizou esse propinoduto para sugar dinheiro no Ministério do Esporte – operação que se manteve sob administração do PCdoB com Orlando Silva.
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"O cabeça dessa quadrilha era o Agnelo, porque ele
liberava o dinheiro para o esquema. Ele liberava o
dinheiro, o João Dias pegava e fazia os contatos. O Miguel
abria as empresas e arranjava pessoas. O esquema
foi até 2009 (...) A gente fazia 20 saques por semana"
Geraldo Nascimento de Andrade, funcionário das ONGs beneficiadas,
laranja em empresas fornecedoras e encarregado de repassar as propinas
Ofícios internos do Ministério do Esporte e dados do processo sigiloso que corre na 10ª Vara Criminal da Justiça Federal em Brasília, obtidos por ISTOÉ, dão ainda mais substância à denúncia de Andrade e confirmam que o policial militar João Dias Ferreira tem motivos de sobra para poupar Agnelo das denúncias que acabaram derrubando Orlando Silva. Esses documentos atestam que a Federação Brasileira de Kung-Fu (Febrak), de João Dias, foi a primeira ONG do esquema a entrar no Ministério, ainda na gestão Agnelo, em 2005. E os convênios assinados em 2006, após sua saída, com a Associação João Dias de Kung Fu, o Instituto Novo Horizonte e a Associação Gomes de Matos – todas elas ligadas ao PM – levam a chancela de um intrigante personagem: Rafael Barbosa. Médico por formação, homem da mais inteira confiança de Agnelo, Barbosa era, na época, secretário Nacional de Esporte Educacional. A ligação entre os dois é tão estreita que o ex-ministro, depois de deixar a pasta, nomeou Rafael Barbosa como seu adjunto na diretoria da Anvisa. Mais tarde, eleito governador do DF, Agnelo entregou-lhe a Secretaria de Saúde, cargo que ele ocupa até hoje.
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"Estou gravando isso aqui porque, se alguma coisa acontecer comigo,
foi Agnelo, o Miguel (Santos de Souza, empresário que operacionalizou
o esquema) e o João Dias (Ferreira, o PM que denunciou as fraudes).
A atual esposa do Miguel já me falou que tinham dois ou três carros
me procurando...Vou gravar isso aqui, deixar para todo mundo ver.
Vou falar a verdade de tudo o que aconteceu"
Uma análise mais detalhada do contrato com a Febrak, de João Dias, com o ministério dá um exemplo bastante preciso de como funcionou o conluio. A proposta do convênio de R$ 2,5 milhões para atender dez mil crianças, pelo Segundo Tempo, teve tramitação acelerada. Ganhou carimbo de “urgente” e, em apenas três dias, chegou à mesa de Rafael Barbosa. Em 12 de abril, ele assinou ato de autorização, atestando a “proficiência” da Febrak e dando prazo de dois dias para que a comissão constituída pelo ministro concluísse sua análise. O ato de Barbosa desconsiderou o despacho do coordenador técnico do Ministério, Marcos Roberto dos Santos. O analista, em 22 de março, registrou que vinha se manifestando “diversas vezes em reuniões e documentos à diretoria” sobre a necessidade de averiguação in loco das “atividades inerentes ao desenvolvimento do programa”. O próprio Orlando Silva, então secretário-executivo, alertou para a recomendação de “vistoria prévia das instalações”, antes que se assinasse o contrato.

Diante da pressão interna, a secretária-adjunta de Barbosa, Luciana Homrich, determinou a vistoria e recomendou o nome de Santos, o coordenador técnico, “por ter sido ele mesmo a proceder a análise técnica”. Mas, misteriosamente, isso não aconteceu. A vistoria acabou nas mãos de dois companheiros partidários, o técnico Denizar Dourado e a assessora internacional do Ministério, Flaurizia Rodrigues. A dupla assinou a declaração, datada de 3 de maio, obtida por ISTOÉ, atestando “as boas condições” para a execução do projeto Segundo Tempo nas instalações da Febrak. Um ano depois, no entanto, uma auditoria do próprio ministério constataria o oposto. Registre-se que Dourado é membro da diretoria estadual do PCdoB e Flaurizia, além de integrar as fileiras do partido, ganhou cargo comissionado no governo de Agnelo no DF. Além de não ter estrutura física para prestar o serviço encomendado, a Febrak, conforme um relatório com balanço patrimonial de dezembro de 2004, consultado por ISTOÉ, detinha patrimônio de apenas R$ 90 mil. Ou seja, não possuía recursos para arcar com a contrapartida de R$ 462 mil exigida pelo governo.
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“Vi o rosto do Agnelo (quando entregou o dinheiro), vi o rosto do rapaz
que trabalha com ele, um homem forte e calvo. Eles me conhecem, não têm
como mentir. Bota esses caras no detector de mentiras! Eu provo que
saquei o dinheiro. Tem filmagem minha e do Eduardo (Tomaz, o tesoureiro
do esquema), tem filmagem minha e do João Dias, tem filmagem minha
e do Miguel entrando no banco, sacando dinheiro”
No tempo em que trabalhou para o esquema, Geraldo Nascimento de Andrade pôde testemunhar a desenvoltura de outras empresas e ONGs de fachada. O procedimento era sempre o mesmo. “O cabeça dessa quadrilha era o Agnelo, porque ele liberava o dinheiro”, afirma a testemunha. Numa tentativa de tentar abafar o caso, Agnelo chegou a mover um processo, também obtido pela reportagem, contra o delegado da Polícia Civil Giancarlos Zuliani, responsável pela operação que prendeu João Dias e mais quatro pessoas envolvidas na corrupção do Ministério do Esporte. Sem prerrogativa para investigar o ex-ministro, o delegado concentrou-se nas atividades do PM e em seu círculo de relações. Obteve, com autorização judicial, a quebra do sigilo telefônico dessas pessoas e comprovou a ligação umbilical entre Agnelo e o policial militar. “João Dias é quase um filho para Agnelo”, confirma Andrade. Segundo ele, o PM e o ex-ministro lucraram juntos nas fraudes. “O ministro Agnelo ganhou bastante dinheiro. Dá para ver o roubo, tá na cara de todo mundo! Se o João Dias tem R$ 2 milhões em imóveis e tem duas academias, cada uma no valor de R$ 1 milhão, quanto é que o Agnelo não tem?”, ironiza.

As acusações de Andrade são fortes, e ele pagou por elas com limites à sua liberdade. Há um ano, quando gravou o vídeo, ele foi ameaçado de morte por João Dias e acabou entrando para o Programa de Proteção a Testemunhas. Hoje vive escondido. Em vários trechos do DVD, explica que gravou o depoimento como garantia de vida. Temia ser morto pelo PM, a quem acusa de chefiar uma milícia na cidade-satélite de Sobradinho, sede da maior parte das ONGs. “Havia um esquema para me matar. O João Dias tem uma miliciazinha. Eles queriam me apagar por queima de arquivo, só para proteger o Agnelo e toda essa corja aí”, diz. Durante a campanha eleitoral de 2010, assessores do candidato Joaquim Roriz (PSC) tentaram usar pequena parte do depoimento de Geraldo Nascimento Andrade contra Agnelo Queiroz. No trecho, ele confessava ter entregue pessoalmente a Agnelo, quando ministro, a quantia de R$ 256 mil, fruto do esquema de corrupção. A campanha petista recorreu à Justiça Eleitoral e conseguiu proibir a veiculação da denúncia na campanha de Welian Roriz, candidata ao governo do DF. Partes do relato, no entanto, foram parar no Youtube. Somente a íntegra do depoimento agora revelado por ISTOÉ, no entanto, permite que, com o cruzamento dos dados disponíveis em processos judiciais, se chegue aos nomes e papel de cada membro dos esquema.
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"Os saques eram feitos em dinheiro vivo. Sempre. A distribuição era
quase na hora. Às vezes, eles ficavam na porta do banco esperando a gente
em carros diferentes. Todas as empresas tinham a mesma conta. Todas as
empresas tinham o mesmo endereço: na 711 Norte e na 303. O Miguel colocou
algumas das empresas que tinha num apartamento lá, que usava para outros fins”
A importância do testemunho de Andrade é indiscutível. Ele trabalhava para o empresário Miguel Santos Souza, responsável por criar empresas de fachada e recrutar ONGs interessadas em participar do esquema. Antes de desaparecer do mapa, Andrade apontou pessoas que poderiam confirmar sua versão. “Se um dia acontecer alguma coisa comigo, podem procurar o Carlos Eduardo Chuquer, o Murilo Quirino, o George Paul Wright. Eles vão falar o que acontecia nas empresas, porque eles também vão estar em risco”, afirmou. Ele explica, ao longo da fita, que essas pessoas também foram contratadas como laranjas do esquema. Miguel, por exemplo, ficou incumbido de criar empresas de fachada em nome dessas pessoas. A partir daí, emitia notas fiscais frias para forjar gastos das ONGs que recebiam o dinheiro do Ministério dos Esportes. Chuquer era o representante da empresa Transnutri Distribuidora de Alimentos Ltda., com sede no Rio de Janeiro, e cujo diretor é Wright. Quirino, por sua vez, era da Infinita Comércio. O motorista acrescenta que fez pagamentos em cash a ONGs no Rio, em Santa Catarina e Goiás. As fraudes também atingiram convênios do Ministério do Trabalho e do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT). Documentos obtidos por ISTOÉ comprovam a versão. A empresa JG Comércio, que tinha o motorista Andrade como sócio e que emitia notas frias, foi contratada por mais de R$ 1 milhão pela Fundação Oscar Rudge, do Rio, num convênio do Programa Primeiro Emprego. Já o MCT firmou com o Instituto Novo Horizonte três convênios fraudados e hoje cobra ressarcimento de R$ 3,6 milhões.
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"Está no meu nome a JG (empresa que fornecia alimentos para
as ONGs). Mas não tenho os 100 mil que estão no contrato.
Dos 5 milhões que passaram na JG, não tenho nenhum real na
minha conta. O que eu fazia? Minha função era sacar dinheiro
e entregar para o pessoal, os donos das ONGs"
Outra prova irrefutável do tratamento privilegiado dado a João Dias na gestão Agnelo é que a Febrak recebeu do Ministério do Esporte, um mês após a assinatura do contrato, todo o material prometido: dez mil camisetas “Segundo Tempo”, 2,5 mil bolas para práticas esportivas e 80 mil pares de redes de vôlei, futebol de campo, futsal e basquete. Os ofícios de liberação de material esportivo, obtidos com exclusividade por ISTOÉ, trazem a assinatura de próprio punho de Agnelo Queiroz. Da mesma forma, o secretário Rafael Barbosa – sempre ele, o amigo fiel – assina o pedido de liberação da segunda parcela do convênio com a Febrak, no valor de R$ 730 mil, sem que a entidade tivesse entregado a prestação de contas parcial – como exige a norma. Em apenas cinco dias, o pagamento foi feito, com autorização do subsecretário de Orçamento do Ministério, Cláudio Monteiro, que acompanha Agnelo desde os tempos de deputado federal. Ressalte-se que, durante a gestão de Agnelo no Esporte também foram firmados convênios fraudulentos de mais de R$ 5 milhões com três entidades ligadas ao PCdoB e a Agnelo: a Federação dos Trabalhadores no Comércio (Fetracom), a Liga de Futebol Society do DF e o Sindicato de Clubes e Entidades de Classe Promotoras do Lazer (Sinlazer). A Fetracom, por exempo, é dirigida por Geralda Godinho, nomeada pelo governador como administradora do Riacho Fundo II, uma cidade-satélite da capital.
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SÓ FACHADA
A fornecedora de alimentos para as ONGs estava registrada
em nome do motorista Geraldo Nascimento de Andrade
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Revista Época - 28 de outubro de 2011
Agnelo na mira

Uma investigação da polícia mostra que o governador de Brasília ajudou um PM a fraudar provas para se defender de denúncias de desvio de recursos

ANDREI MEIRELES, MARCELO ROCHA E MURILO RAMOS
agora é ele O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. Diálogos gravados pela polícia (acima) sugerem que ele ajudou João Dias a forjar provas para acobertar desvios no Ministério do Esporte (Foto: Carlos Silva/Esp. CB/D.A Press)


Orlando Silva perdeu o cargo de ministro do Esporte, na semana passada, abalado por denúncias de desvio de dinheiro. Seu substituto, Aldo Rebelo, também do PCdoB, recebeu do Palácio do Planalto a missão de moralizar a pasta. Para a Justiça, no entanto, a questão é outra. Nos próximos dias, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) receberá um processo com nove volumes e quatro apensos, que corre na 10ª Vara Federal, em Brasília. As informações, a que ÉPOCA teve acesso, mostram que o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), antecessor de Silva, é suspeito de ter se beneficiado das fraudes.
O conjunto contém gravações, dados fiscais e bancários, perícias contábeis e relatórios de investigação. As peças da ação penal vistas por ÉPOCA incluem o relatório nº 45/2010, que contém os diálogos captados em interceptações telefônicas, com autorização judicial, feitas entre 25 de fevereiro e 11 de março do ano passado. As conversas mostram uma frenética movimentação de Agnelo Queiroz e do policial militar João Dias para se defender em um processo. Diretor de duas ONGs, Dias obteve R$ 2,9 milhões do programa Segundo Tempo para ministrar atividades esportivas a alunos de escolas públicas. Nas conversas, Dias quer ajuda para acobertar desvios de conduta e de dinheiro público. Ele busca documentos e notas fiscais para compor sua defesa em uma ação cível pública movida pelo Ministério Público Federal. O MPF cobra de Dias a devolução aos cofres públicos de R$ 3,2 milhões, em valores atualizados, desviados do Ministério do Esporte.
COOPERAÇãO O professor Roldão  de Lima (acima)  é acusado de  ter fornecido documentos para a defesa de João Dias (ao lado, à esq.). O encontro entre eles foi filmado pela polícia. Ao lado, carros pertencentes ao policial militar. Entre eles está um Camar (Foto: Igo estrela/ÉPOCA e Dida Sampaio/AE (2))
MAIS FAXINA
O ex-ministro do Esporte Orlando Silva, do PCdoB, no Palácio do Planalto, após sua demissão, na semana passada. Ele foi substituído pelo colega de partido Aldo Rebelo, que recebeu a missão de moralizar a pasta  
(Foto: Sérgio Lima/Folhapress e Lula Marques/Folhapress)
MAIS FAXINA O ex-ministro do Esporte Orlando Silva (no alto), do PCdoB, no Palácio do Planalto, após sua demissão, na semana passada. Ele foi substituído pelo colega de partido Aldo Rebelo (acima), que recebeu a missão de moralizar a pasta (Foto: Sérgio Lima/Folhapress e Lula Marques/Folhapress) Personagem da crônica política de Brasília, João Dias ajudou, com suas declarações, a derrubar Orlando Silva na semana passada. Dias nem precisou apresentar provas de que Silva teria recebido pacotes de dinheiro na garagem do ministério. Suas acusações levaram à sexta baixa no primeiro escalão da equipe da presidente Dilma Rousseff. O pretexto para a demissão foi a abertura, na terça-feira, de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar a acusação de Dias e denúncias de que o Ministério do Esporte se transformara num centro de arrecadação de dinheiro para o PCdoB. Com a queda de Orlando Silva, o foco se transfere para o governador Agnelo Queiroz, contra quem existem suspeitas ainda mais consistentes.

Os principais interlocutores nas conversas gravadas pela polícia são João Dias, Agnelo Queiroz, o advogado Michael de Farias (defensor do policial) e o professor Roldão Sales de Lima, então diretor da regional de ensino de Sobradinho – cidade-satélite de Brasília onde atuavam as duas ONGs de João Dias. Era com Lima que Dias tratava do cadastro das crianças carentes que deveriam ser beneficiadas pelo programa Segundo Tempo. Na ação cível há um dado impressionante: as ONGs de João Dias receberam recursos para fornecer lanches para 10 mil crianças. Mas só atenderam, de forma precária, 160.
O inquérito foi uma tentativa de produzir um dossiê para inviabilizar a minha candidatura  "
Agnelo Queiroz, governador do DF 
Pressionado pelo Ministério Público, Dias foi à luta para amealhar elementos capazes de justificar tamanho disparate. Às 12h36 do dia 4 de março de 2010, ele telefonou para Agnelo Queiroz, então diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Dias pediu a Agnelo para “dar um toque” em Lima e reforçar seu pedido de ajuda ao professor. Dias queria que Lima fornecesse documentos para sua defesa. Na gravação, ele avisa que vai marcar um encontro entre Agnelo e Lima, para que esse pedido seja feito pessoalmente. Menos de uma hora depois, Dias, que estava num restaurante com Lima, telefonou novamente a Agnelo. Entregou o celular para Lima falar com ele. De acordo com a transcrição dos diálogos, feita por peritos do Instituto de Criminalística do Distrito Federal, Agnelo diz a Lima que precisa de sua ajuda. Afirma que vai combinar com João Dias para os três conversarem, porque Roldão (Lima) “é peça-chave neste projeto”.
Qual seria o projeto? Segundo a investigação da polícia, trata-se de apresentar uma defesa à Justiça Federal capaz de livrar Dias da cobrança milionária. Pouco antes das 13 horas do dia 9 de março, o advogado Michael de Farias disse a Dias para ficar tranquilo, que tudo estaria pronto para ser entregue à Justiça três dias depois. Só faltaria, disse Michael, “agilizar a questão do Roldão (Lima)”. Na gravação, Michael afirma que eles “já vão confeccionar os documentos só para o Roldão assinar, já vai tudo pronto”. Dias diz que dessa forma fica melhor e, em seguida, liga para Agnelo e marca um encontro para uma conversa rápida e urgente. Cerca de duas horas depois, Dias volta a telefonar a Agnelo e adia o encontro.
Dos cofres públicos para o bolso (Foto: reprodução)
No final da tarde do dia 9, Dias falou com Lima. O professor Lima disse que ficou até de madrugada numa reunião em que foram fechadas “as planilhas, os projetos”. De acordo com a polícia, Lima estava no escritório do advogado Michael. No dia seguinte à tarde,
Michael disse a Dias que já havia “confeccionado a defesa e as cartas de Roldão (Lima)”. Até aquele momento, Lima não assinara nada. À noite, Dias ligou para dois celulares de Agnelo e deixou o mesmo recado nas secretárias eletrônicas: “O prazo máximo para apresentar a defesa é sexta-feira, preciso muito de sua ajuda”. Às 20h22, Dias finalmente consegue falar com Agnelo e avisa “que sexta-feira tem de apresentar o negócio lá”.
A polícia descobriu, pelas conversas grampeadas, onde Lima se encontraria com Dias para entregar os documentos a ser incorporados a sua defesa. O encontro ocorreu no Eixo Rodoviário Norte, uma das principais avenidas de Brasília, no começo da tarde da sexta-feira 12 de março. Dias parou seu Ford Fusion e ligou o pisca-alerta. Em seguida, Lima parou seu Fiat Strada atrás e entrou no automóvel de Dias. Eles não sabiam, mas tudo era fotografado por agentes da Divisão de Combate ao Crime Organizado da Polícia Civil do Distrito Federal. As imagens mostram que Lima carregava uma pasta laranja ao entrar no carro de Dias. Saiu do veículo sem ela. Três horas depois, os advogados de Dias entregaram sua defesa na Justiça Federal.
De nada adiantou todo esse esforço. Um laudo da PF constatou que havia documentos “inidôneos” na papelada apresentada pela defesa de Dias. Três semanas depois, ele e outras quatro pessoas foram presas por causa de fraudes e desvio de dinheiro público no Ministério do Esporte. Mesmo com todas as evidências registradas nas gravações de suas conversas, Dias nega ter recorrido a Agnelo para ajudá-lo em sua defesa. O professor Lima afirma que, nas conversas por telefone e nos encontros com Dias, só falava de política. Mas admite que, “num dos encontros, João Dias me passou o telefone para conversar com Agnelo”. Lima afirma não se lembrar da pasta laranja entregue no encontro.
As gravações telefônicas revelam também uma intimidade entre Agnelo Queiroz e João Dias, que os dois hoje insistem em esconder. A relação entre os dois envolveu a intensa participação do PM na campanha de Agnelo para o governo do Distrito Federal no ano passado. Eles afirmam que estiveram juntos apenas nas eleições de 2006, quando Agnelo concorreu ao Senado, e Dias a uma cadeira na Câmara Legislativa – ambos pelo PCdoB. Os diálogos em poder da Justiça mostram outra realidade. No dia 4 de março de 2010, Dias perguntou a Agnelo como estavam os preparativos para o dia 21 de março, data em que o PT de Brasília escolheria seu candidato ao governo. Agnelo disse que estavam bem, seus adversários estavam desesperados. Em resposta, Dias afirmou que ele e o major da PM Cirlândio Martins dos Santos trabalhavam para sua candidatura nas prévias do PT em várias cidades-satélite de Brasília. Na disputa, Agnelo derrotou Geraldo Magela, hoje secretário de Habitação do Distrito Federal.
Em um encontro filmado pela polícia, João Dias recebeu uma pasta do professor Lima. Logo depois, entregou sua defesa  
Em outra gravação, Dias informa Agnelo sobre o resultado de uma pesquisa eleitoral em que ele ultrapassara o ex-governador Joaquim Roriz. ÉPOCA ouviu de integrantes da campanha de Agnelo que, mesmo depois de sua prisão, Dias teve papel importante nas eleições. A campanha de Weslian Roriz – mulher de Roriz, que o substituiu na disputa – mostrou na TV um dos delatores do envolvimento de Agnelo nas fraudes no Ministério do Esporte. Isso teve impacto na campanha do ex-ministro. Quem deu a solução foi Dias: com poder de persuasão, ele convenceu uma tia da testemunha a desqualificar seu depoimento na televisão. Mais tarde, a tia foi agraciada com um emprego no governo. No novo governo, Dias foi beneficiado. Indicou seu melhor amigo, Manoel Tavares, para a presidência da Corretora BRB, o banco do governo do Distrito Federal.
O governador e ex-ministro Agnelo Queiroz respondeu por escrito a 13 perguntas feitas por ÉPOCA. Ele afirma que o inquérito da Polícia Civil é montado. “O inquérito foi uma tentativa de produção de um dossiê para inviabilizar a (minha) candidatura”, diz Agnelo. “A origem do inquérito infelizmente foi direcionada por uma parte da Polícia Civil, ainda contaminada pelas forças políticas do passado. Uma farsa.” Agnelo diz que ele e João Dias eram “militantes da mesma agremiação partidária, ambiente em que surge o conhecimento” e que é “fantasiosa” a afirmação de que acolheu “indicação de João Dias para cargos no governo”.
Apesar de continuar na Polícia Militar, Dias tornou-se um próspero empresário. Em outro relatório da polícia em poder da Justiça Federal, de número 022/2010, gravações telefônicas mostram que Dias é o verdadeiro dono de academias de ginástica registradas em nome de laranjas. “Tal fato é um forte indício de que João Dias está utilizando as academias para ‘lavar’ o dinheiro oriundo de supostos desvios de verbas públicas”, diz o relatório policial. Dias tem quatro carros importados. O mais vistoso é um Camaro laranja, 2011, importado do Canadá em julho. Em entrevista a ÉPOCA, ele afirmou que adquiriu o Camaro numa transação comercial. O veículo está registrado em nome do motorista Célio Soares Pereira. Célio é o empregado de Dias que diz ter entregado dinheiro no carro do então ministro Orlando Silva na garagem do Ministério do Esporte.
Em depoimento à Polícia Federal, Dias mudou sua versão sobre a entrega de dinheiro a Silva. Ele disse que era “muito pouco provável que o ministro (Orlando Silva) não tivesse visto a entrega dos malotes (de dinheiro)”. Diferentemente de Dias, Geraldo Nascimento de Andrade – principal testemunha de acusação contra Agnelo Queiroz sobre desvio de dinheiro do Ministério do Esporte – confirmou, em todos os depoimentos, ter pessoalmente entregado R$ 256 mil a Agnelo. Em um vídeo a que ÉPOCA teve acesso, Andrade descreve com detalhes como fez dois saques no Banco de Brasília, transportou e entregou o dinheiro ao atual governador.
Andrade sabe mais. Na gravação, ele liga as fraudes no Esporte ao Ministério do Trabalho. Andrade afirma que notas frias foram usadas para justificar despesas fictícias em convênios do programa Primeiro Emprego. O maior convênio apontado por Andrade, de R$ 8,2 milhões, foi firmado com a Fundação Oscar Rudge, do Rio de Janeiro. Andrade, que morava em Brasília, afirma ter ido ao Rio de Janeiro para sacar dinheiro da conta de um fornecedor da fundação, uma empresa chamada JG. Ele diz que passava os valores para representantes da entidade. A presidente da fundação, Clemilce Carvalho, diz que a JG foi contratada por pregão e prestou os serviços. Filiada ao PDT, mesmo partido do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, ela foi candidata a deputada federal em 2006. Lupi está ameaçado de perder o emprego na reforma ministerial, planejada para o início de 2012. Os ministérios do Esporte e do Trabalho têm, em comum, o fato de ser administrados há anos pelos mesmos partidos da base de apoio ao governo federal. O modelo dá sinais de que começa a ruir.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Escândalos desde 2003 no Esporte


O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), é alvo de inquérito no STJ (Superior Tribunal de Justiça) por suposto envolvimento nas fraudes em programa do Ministério do Esporte quando ele era o titular da pasta, entre 2003 e 2006, informa reportagem de Felipe Seligman, publicada na Folha desta quarta-feira.
O inquérito chegou ao tribunal na terça-feira da semana passada e foi distribuído para o ministro Cesar Asfor Rocha. O caso foi enviado pela 12ª Vara da Justiça Federal em Brasília, com um volume e sete anexos, após a constatação de suposta participação de Agnelo no esquema.
O nome do governador apareceu em uma investigação iniciada no dia 9 de junho deste ano pela Polícia Federal para apurar fraudes no programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte. O programa, de atividades esportivas em áreas carentes, foi descoberto pela Operação Shaolin, da Polícia Civil do Distrito Federal.
Os envolvidos são suspeitos de praticarem os crimes de estelionato e falsificação de documento, entre outros. Entre os alvos está o policial militar João Dias Ferreira, diretor de duas ONGs que assinaram convênios com o Ministério do Esporte.
O policial acusa o atual ministro do Esporte, Orlando Silva, de receber verba desviada de convênios do ministério com ONGs. Silva é o sucessor de Agnelo.
OUTRO LADO
O advogado de Agnelo Queiroz, Luis Carlos Alcoforado, disse que não poderia comentar o caso do inquérito no STJ. "Fico desconfortável de comentar um caso que está sob segredo de Justiça e que não nos foi franqueado o acesso em sua amplitude."
Anteriormente, a assessoria do governo do Distrito Federal havia declarado que "o governador Agnelo Queiroz deixou o Ministério do Esporte há seis anos e não há qualquer ato na sua gestão à frente do ministério que tenha sido desaprovado pelos órgãos competentes", afirmou.


Editoria de Arte/Folhapress

Dado interessante...
Ministro pagou R$ 370 mil à vista por terreno em Campinas

SILVIO NAVARRO
ENVIADO ESPECIAL A CAMPINAS
O ministro do Esporte, Orlando Silva, comprou com um cheque de R$ 370 mil um terreno em um condomínio nobre de Campinas (SP), onde constrói uma casa.
A aquisição ocorreu em 8 de agosto do ano passado. Silva é desde 2006 ministro do Esporte, cujo salário até 2010 era de R$ 10,7 mil.
O condomínio onde é erguida a casa possui um pesqueiro e está ladeado por fazendas. Segundo funcionários, uma engenheira é quem monitora as obras, em fase final de construção.

O ministro nega que seu imóvel faça parte do condomínio, mas os nomes dele e de sua mulher, Ana Petta, constam da lista de proprietários fixada na portaria. Para chegar ao local é preciso registrar-se no condomínio.
A mulher do ministro foi líder estudantil em Campinas e seu irmão, Gustavo Petta, é secretário de Esporte.
Filiado ao PC do B, Silva instalou uma placa com o número do partido, o 65.
Corretores de imóveis afirmaram que uma casa no local custa cerca de R$ 1 milhão, mas que aquele terreno demorou para ser vendido devido à existência de um duto subterrâneo da Petrobras.
Segundo reportagem do portal UOL, técnicos da estatal visitaram os terrenos da região, que poderiam ser desapropriados, gerando possível lucro ao ministro.
A Petrobras afirmou que "não existe previsão de desapropriação de terrenos na área". Em entrevista, o ministro disse que o imóvel é o único bem que possui.
"Corresponde ao valor das economias ao longo de toda a minha vida", declarou.

Eduardo knapp/Folhapress
Casa em construção do ministro do Esporte, Orlando Silva, em condomínio de luxo
Casa em construção do ministro do Esporte, Orlando Silva, em condomínio de luxo
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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

PERIGO! Vão controlar nossa única arma eficaz - A INTERNET


As redes sociais e a divulgação em massa por e-mail é nossa única arma eficaz para a comunicação e organização dos grupos.
Queremos criar novos modelos, expulsar os corruPTos e seus "alugados", combater a improbidade que assola o país.
No entanto, detendo o poder, fazem o que querem e escravizam nossas vidas.

Esta tentativa de controle tem a internet inclusa e nada poderá contrariar o governo totalitarista.
Até quando deixaremos esta camarilha dominar?
Celso Brasil

Controle dos meios de comunicação volta à pauta do PT

Após críticas de Dilma à ideia, o partido prepara seminário para ouvir a opinião da sociedade sobre o projeto de controlar os veículos de imprensa no país

Ilustração sobre o tema censura
Uma antiga obsessão do PT vai voltar à pauta da legenda na próximo mês: o controle dos meios de comunicação. O partido prepara um seminário para tratar da "democratização dos meios de comunicação" - termo utilizado pelos petistas para mascarar uma intenção bastante clara: controlar o que é veiculado pela imprensa no país. O evento, que ocorrerá  na última semana de novembro, em São Paulo, tem por objetivo permitir ao público geral que também opine sobre o tema. O seminário foi agendado 17 dias depois de a presidente Dilma Rousseff dizer, em Nova York, que conta com a "positiva ação vigilante da imprensa brasileira, não submetida a qualquer constrangimento governamental".
A presidente tem feito o que pode para descolar sua imagem do projeto petista de censura à imprensa. Dilma, além de repudiar a ideia por princípio, teme que a proposta mine o apoio conquistado na classe média. Nas suas várias declarações sobre o tema, a presidente disse que o único controle de mídia que ela leva em consideração é o controle remoto, para mudar de programa na TV. "Não conheço outro tipo", repete sempre que alguém fala do assunto.
Diante da posição da presidente - e da opinião pública - o PT nega que defenda o controle da imprensa, mas age para pressionar o governo a enviar ao Congresso o projeto de lei que trata do marco regulatório do setor. "Queremos ter sintonia com o governo, mas o nosso foco é a sociedade", afirmou o deputado André Vargas (PR), secretário de Comunicação do PT. Discutido hoje na reunião da Executiva Nacional do PT, o assunto é tratado como prioridade na seara petista, embora o governo esteja preocupado em esclarecer que "ninguém vai bisbilhotar a mídia", como disse o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
O governo ainda faz a revisão do projeto que enviará ao Congresso para estabelecer o marco regulatório da comunicação eletrônica. O texto tem passado pelo crivo de consultas públicas e a ideia é desbastar pontos polêmicos. Para o Palácio do Planalto, esse é um tema muito sensível, que, se tratado de forma atabalhoada, pode criar ruído com a classe média. Não foi à toa que Dilma destacou a "ação vigilante" da imprensa ao participar de um encontro sobre transparência, na véspera da abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
"O processo de consulta pública do governo (sobre o marco regulatório da comunicação) deve ser divulgado no final de novembro e começo de dezembro. É nesse contexto que vamos organizar um seminário em São Paulo com todas as entidades, organismos e parlamentares interessados na democratização dos meios de comunicação", comentou o presidente do PT, deputado Rui Falcão.
(Com Agência Estado)

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

PR ameaça PT com apoio a CPI

Ex-ministro ameaça pôr PR a favor de CPI se Dilma não o inocentar

Planalto tenta acalmar Nascimento, pois faltam 3 assinaturas para oposição garantir investigação e seu partido tem 6 senadores

03 de setembro de 2011
Christiane Samarco / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
Inconformado com o despejo do Ministério dos Transportes e com o carimbo de corrupto que a "faxina ética" do Palácio do Planalto imprimiu no PR, o ex-ministro e presidente nacional do partido, senador Alfredo Nascimento (AM), ameaça o governo com a abertura de uma comissão parlamentar de inquérito para apurar corrupção.
"O governo está com medo dos senadores e de mim", disse Nascimento a correligionários, ao relatar conversa que tivera com a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, na terça-feira.
A tensão é grande porque faltam apenas três assinaturas para que a CPI seja criada no Senado. Como a bancada do PR tem seis senadores, a avaliação geral é que o governo não conseguirá evitar a investigação se o partido apoiar o pedido das oposições.
Articulação. A ministra Ideli Salvatti entrou em cena para aplacar a ira de Nascimento, mas o que ele quer mesmo é ser recebido e inocentado pela presidente Dilma Rousseff. Com o intuito de poupar a presidente Dilma, o secretário-geral da Presidência, ministro Gilberto Carvalho, chamou o senador ao Palácio do Planalto na quarta-feira.
Nascimento havia dito aos colegas que Ideli elogiara muito o PR e insistira que o partido é importante para a estabilidade da base do governo, em todas as votações, e que tentaria ver se Dilma o receberia.
A cúpula do PR no Senado quer que o governo conserte o estrago político que fez na imagem do partido e na biografia de alguns de seus dirigentes. Estão especialmente nessa linha Nascimento e o senador Blairo Maggi (PR-MT), que viu o amigo e colaborador Luiz Antônio Pagot ser demitido do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em meio a denúncias de corrupção.
Nos bastidores, todos se queixam de que o PR está "em péssimas condições políticas" para enfrentar as eleições do ano que vem porque virou "sinônimo de corrupção". É a preocupação com as urnas que estimula o presidente do partido a pressionar o governo para que conclua logo algumas investigações nos Transportes e aponte os culpados.
Nome aos bois. "Só tem dois jeitos: ou o governo conclui o trabalho policial e dá nome aos bois, ou a gente ajuda a fazer a CPI", resume um dirigente da legenda. Segundo esse parlamentar, foi nesse tom que Nascimento abordou o assunto com Ideli, insistindo que o principal era o governo "dar uma declaração inocentando o partido".
Na conversa, Nascimento foi além, dizendo que essa declaração teria de ser "acima" dela, ministra, porque o governo teria ferido "de morte" o partido.
A avaliação geral no PR é que o Planalto agiu "de forma errada" com a legenda. Tanto que não "conseguiu" usar o mesmo rigor no caso dos ministros do PP e do PMDB envolvidos em denúncias de corrupção.
Para os parlamentares do PR, a prova concreta de que o governo cometeu um erro é o que ocorreu nos Ministérios das Cidades e do Turismo. Os ministros Mário Negromonte (PP) e Pedro Novais (PMDB) foram poupados da degola, diferentemente do que ocorreu nos Transportes.

Reclamação
ALFREDO NASCIMENTO
SENADOR E PRESIDENTE DO PR (AM)
"Não é aceitável que sejamos tratados como aliados de pouca categoria, fisiológicos e oportunistas"
(AO DECLARAR "INDEPENDÊNCIA" DO PR EM RELAÇÃO AO GOVERNO, NA TRIBUNA DO SENADO, 16 DE AGOSTO)

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Movimentos na internet começam a ganhar muita força

Chegou a hora de tomar de volta o nosso Brasil. Sua bandeira voltará a ser verde-amarela e, com a união de todos nós, haveremos de punir o maior bando de corruptos que já tomou o poder na história do Brasil.
Celso Brasil

Movimentos contra a corrupção na internet ganham força após decisão da Câmara dos Deputados a favor de Jaqueline Roriz

Publicada em 01/09/2011 às 13h16m
Madalena Romeo (madalena.romeo@oglobo.com.br)

RIO - A indignação da sociedade após a deputada Jaqueline Roriz se livrar do processo de cassação do mandato na Câmara dos Deputados aumentou a adesão dos internautas a protestos contra a corrupção divulgados pela internet. No Facebook, a "Marcha Contra a Corrupção em Brasília" conseguiu metade das 11 mil adesões, somente nos dois dias seguintes à absolvição de Jaqueline. Já na página do movimento "Reação contra a Corrupção - O Brasil de Luto" , cerca de duas mil pessoas confirmaram presença logo após a decisão da Câmara.
INFOGRÁFICO: Relembre os escândalos no governo Dilma
- A manutenção do mandato da deputada fez o nosso movimento explodir. Sabemos que nem todos que confirmaram presença vão poder ir, mas esperamos reunir pelo menos dez mil pessoas no protesto - conta o empresário Walter Magalhães, de 28 anos, que com mais duas amigas organiza a marcha em Brasília.
O movimento Brasil de Luto conta nesta quinta-feira com 21 mil adesões de vários estados do país. A ideia é fazer a população se vestir de preto no feriado do dia 7 de setembro para mostrar a sua indignação contra os corruptos e a impunidade no país.
- Todo escândalo mexe com a nossa vontade de reagir. Nosso movimento cresce no boca a boca. Mas ainda pode ser maior. Mais de 80 mil pessoas receberam convites do protesto pelo Facebook - conta a empresária Ilze Papazian, de 44 anos, organizadora do protesto.
A marcha em Brasília está marcada para as 9h no Museu Nacional. A ideia, segundo os organizadores, é seguir em passeata até o mais próximo possível do palanque onde ficarão os políticos que vão assistir à Parada Militar de 7 de setembro.
- É um movimento pacífico. Só queremos mostrar a nossa indignação. E conscientizar que também somos responsáveis pelo alto índice de corrupção no país - ressalta Walter, que também pede que os manifestantes vistam preto ou nariz de palhaço.
Os dois movimentos fazem questão de se apresentar apartidários. Nos manifestos, ainda ressaltam a importância de não levar bandeiras ou símbolos de qualquer partido.
- É a primeira vez que me envolvo em um manifesto. Fui empurrada pela minha indignação e pela impaciência de ver tudo muito quieto por parte dos principais interessados e acabar com essa situação: nós, o povo - desabafa Ilze.
Outro movimento pelo Facebook, o Todos Juntos contra a Corrupção já conseguiu mais de 20 mil confirmações de presença para o ato de protesto no dia 20, na Cinelândia, no Rio de Janeiro. O protesto chegou a ser tema de reportagem do jornal espanhol El País .