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terça-feira, 26 de julho de 2011

Crimes cometidos por petistas são virtudes


Reinaldo Azevedo
Veja - 20/07/2011


Tarso Genro ressuscita, na prática, a tese de que crimes cometidos por petistas são virtudes. Ou o Brasil acaba com o PT, ou o PT acaba com o Brasil!

Sempre, leitor, mas sempre mesmo!, que você julgar que ainda não se atingiu o paroxismo do absurdo, que uma avaliação amoral ainda não ultrapassou o limite do asqueroso, do detestável, do nefando, então é o caso de saber o que pensa Tarso Genro, ex-ministro da Justiça e agora governador do Rio Grande do Sul. Se não se lembra, estou a falar da supernanny do homicida Cesare Battisti.

Quem saiu hoje em defesa de Hilderado Caron, o petista do Dnit, tão responsável pela bandalheira que vigora naquele órgão como qualquer amigo de Valdemar Costa Neto? Tarso Genro, é claro! Caron é do PT do Rio Grande do Sul, amigo do governador.  E, curiosamente, ainda não foi demitido! Leia o que informa o Estadão Online. Volto em seguida:
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O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), fez uma defesa contundente do diretor de Infraestrutura Rodoviária do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Hideraldo Caron, durante entrevista à imprensa nesta quarta-feira, 20, na sede da Associação Gaúcha das Emissoras de Rádio e Televisão (Agert). “Eu conheço ele (Caron) há 30 anos e duvido que tenha cometido alguma ilegalidade por motivo doloso ou por interesse próprio”, afirmou o governador, que, no entanto, sugeriu que o petista deixe o cargo. “Eu digo mais: eu, se fosse ele, eu saía de lá para ajudar a presidente (Dilma Rousseff) a criar um novo ambiente.”

Caron está sob ameaça de perder o cargo por pressão do PR, que exige que todos os nomes colocados sob suspeita de irregularidades sejam afastados, assim como foram alguns dos filiados ao partido que estavam no Ministério dos Transportes e no Dnit. Segundo a revista VEJA, o diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, disse a correligionários que o petista se empenhava para viabilizar “estranhos reajustes” de preços de obras.

Tarso também considerou estranho que as denúncias tenham aparecido agora. Lembrou que investigações feitas pela Polícia Federal (PF) quando era ministro da Justiça não detectaram nada. “Para evitar que se crie uma situação de denuncismo generalizado, é preciso separar o que é corrupção, o que é denúncia de alguém que não está satisfeito e o que é denúncia política.”

Comento
Prestem atenção ao que vai em negrito. Se Caron cometeu alguma ilegalidade, foi por motivo apenas, digamos, culposo, sem intenção. Então, entende-se, o homem deve ser perdoado. Mas não só por isso: Tarso assegura que, se isso aconteceu, não foi “por interesse próprio”.

É o PT falando. O crime em nome do partido se justifica, como sabemos; o crime em nome da causa é aceitável; o crime em nome de um projeto de poder é, no fundo, um ato revolucionário. Tarso está dizendo, em suma, que um malfeitor do PT não deve ser misturado a malfeitores de outras legendas porque são pessoas de naturezas distintas. Um tem o direito natural de ser criminoso; os outros não.

Notem que, na sublinha, sobra censura até para a presidente Dilma Rousseff. Tarso desconfia das denúncias; ignora que a própria presidente chamou Alfredo Nascimento e a cúpula dos Transportes e lhes passou uma descompostura, inconformada com a estupidamente cara ineficiência da pasta.

O ex-ministro da Justiça — ALIADO DO ATUAL, JOSÉ EDUARDO CARDOZO, É BOM LEMBRAR — também atesta a sua competência, não é? Segundo diz, a Polícia Federal, subordinada ao ministério de que ele era o titular, não havia “detectado nada”. Pois é…
A própria Dilma “detectou”, mas a PF de Tarso não viu problema nenhum…

Questiono, num dos posts abaixo, por que a polícia não agiu, nesse caso, com os mesmos métodos empregados contra o cleptogoverno de Arruda. Esbocei uma hipótese: aos amigos tudo, menos a lei; aos inimigos, nada, nem a lei.

Tarso demonstra que o meu pior juízo a respeito do PT e dos petistas é mesmo o melhor. Ou o Brasil acaba com o PT, ou o PT acaba com o Brasil.
Por Reinaldo Azevedo

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