RÁDIO PALÁCIO - Rede Movimento de Rádios 24h

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segunda-feira, 26 de março de 2012

A herança maldita do totalitarismo vem de longe

A herança maldita vem de mais longe
Por Celso Brasil
Esta matéria alerta para a falsa liberdade que se pregou na "revolução" cubana.
O mesmo regime que ameaça a América do Sul mostra suas consequências. Um país pobre, sem programas sociais, onde o totalitarismo levou a sociedade aos caos e mantém um regime hitleriano muito ativo. A total ausência de qualidade de vida, tecnologia, desenvolvimento, saúde e tudo que leva uma sociedade a condição mais precária que se pode ter notícia. A insistente decadência crescente não é a única marca. Mantendo seus opositores nas masmorras, desperta a reação de ativistas no mundo inteiro.
A imprensa dos países que tem no poder os simpatizantes do regime do caos, permanecem caladas. Nada é divulgado, restando, tão somente, a internet, as redes sociais e os pouco blogs honestos que ainda contam com a liberdade de mostrar a realidade. A mesma liberdade ameaçada, porque não sabemos se dentro de pouco tempo poderemos contar com estes veículos, já que inúmeros projetos, cada um com seu disfarce, tentam driblar a tão deteriorada e enfraquecida democracia, a liberdade de expressão e o sagrado direito de se exercer a cidadania.

Celso Brasil




Gabeira - o comunista arrependido fala a verdade. 
É também conhecido por ter participado da luta armada contra o Regime militar no Brasil (1964--1985), como militante do Movimento Revolucionário Oito de Outubro, que tentava instaurar o socialismo no Brasil. Na época, trabalhava como repórter do Jornal do Brasil, no Rio de Janeiro. Participou do sequestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick às vésperas do 7 de setembro de 1969. O episódio é narrado em seu livro O que é isso, companheiro?, De 1979. O sequestro ocorreu como forma de pressionar o regime militar a libertar quinze presos políticos, ligados a organizações clandestinas da esquerda política. De fato, tais presos foram libertos e banidos do país, mas os envolvidos no sequestro foram presos algum tempo depois. O próprio Gabeira foi preso em 1970 na cidade de São Paulo. Resistiu à prisão e tentou fugir em direção a um matagal que existia por perto. Vários tiros foram disparados e um deles atingiu suas costas, perfurando rim, estômago e fígado.  
A matéria abaixo (tradução transcrita) não tem o objetivo de exaltar a igreja católica. É, apenas, mais um exemplo de ativismo que tenta despertar a igreja (seja ela qual for), no intuito de buscar reforço para o movimento de liberdade em todo o planeta.
Nota do blog
Professor de Yale implora a Bento XVI um gesto pelo povo da ilha prisão cubana

Carlos Eire é professor de História e Estudos Religiosos na Universidade de Yale, e autor de “Esperando pela neve em Havana – Confissões de um menino cubano” que ganhou o Prêmio Nacional do Livro nos EUA em 2003.

Ele implorou em nobre e franca carta aberta que S.S. Bento XVI tenha um gesto pelos milhões de cubanos prisioneiros na imensa prisão cubana.

Em especial, ele apelou à sensibilidade do Pontífice pelas “Damas de Branco” espancadas e até impedidas de comparecer à Missa.

Eis o texto integral publicado na National Review online:




Proclamar a liberdade aos cativos

Santíssimo Padre:

Escrevo para Vos agradecer pela vossa próxima visita a Cuba. É comovedor saber que estareis visitando onze milhões de prisioneiros. Afinal de contas, a ilha inteira é uma prisão, e todos os seus habitantes prisioneiros.

Escrevo não somente como cubano, mas como um de vosso rebanho e como professor. Minha disciplina aqui na Universidade de Yale – em homenagem ao primeiro capelão católico – é a cadeira de Estudos Católicos.

Curiosamente, muitos nesta universidade secular pensam que sou o vosso núncio e mantenho contato constante convosco, simplesmente por deter a cadeira católica.

Ostpolitik vaticana estreita mãos tintas de sangue...

Portanto, estou finalmente fazendo aquilo que eles pensam que eu faço frequentemente: escrevendo-Vos.

Todos os prisioneiros em Cuba necessitam desesperadamente de vossa visita. Vossa presença física muito contribuirá para levantar-lhes o espírito e dar-lhes um vislumbre do mundo para além das paredes salobres de sua prisão, talvez um lampejo do próprio reino do céu, especialmente quando celebrardes o sacrifício da Missa e Cristo se fizer presente entre eles.

Devereis naturalmente Vos encontrar com os tiranos, os carcereiros e os carrascos. Isso é inevitável. Pouca coisa mudou desde que Nosso Senhor disse: “Vede, estou vos enviando como ovelhas no meio de lobos”.

Os tiranos e seus sequazes provavelmente assistirão à Missa, como o fizeram quando vosso predecessor, o Venerável João Paulo II, visitou a ilha alguns anos atrás.

Esses homens também necessitam de Vós, no modo desvirtuado deles. Eles esperam que vossa visita lhes concederá uma aura de legitimidade, engordará os seus cofres e enganará o mundo com a ideia de que afinal de contas eles não são tiranos.

Muitos de vossos predecessores lidaram com tais homens em circunstâncias piores. Nós, cubanos, sabemos que aqueles momentos não serão fáceis para Vós. Mas nossas orações hão de Vos acompanhar a cada um de vossos passos, e também a cada aperto de mão.

... enquanto dissidentes pela liberdade seguem morrendo (Wilam Villar)
E estamos confiantes de que o Espírito Santo Vos ajudará a tratar com esses lobos, como Nosso Senhor Jesus Cristo advertiu há cerca de dois mil anos, quando disse aos seus discípulos para serem “astutos como as serpentes, mas inocentes como as pombas”.

Não tenho senão um pedido: por favor, encontrai-Vos com as Damas de Branco enquanto estiverdes em Cuba. Elas próprias o pediram, através de vosso núncio Monsenhor Bruno Musaro, com quem elas se encontraram algumas semanas atrás. Abençoai-as com a vossa presença, por favor, Santíssimo Padre.

Elas são mais corajosas do que se imagina; mas, sujeitas como estão a constantes abusos físicos e mentais, e a constantes ameaças de prisão ou morte, elas têm extrema necessidade de vossa bênção.

Como o sabeis bem, elas são frequentemente atacadas e espancadas, e impedidas de ir à igreja; às vezes são atacadas até mesmo dentro das igrejas. Elas estão vivendo a um alto custo o Evangelho, entregando as suas vidas pelos seus irmãos.

Como a mulher cananeia que gritou a Jesus: “Senhor, ajudai-me!”, ou a mulher que tocou a franja do manto de Jesus à espera de uma cura, elas estão se apresentando, cheias de fé, pedindo contra todas as esperanças.

Professor de Yale pede um gesto só do Pontífice
pelas Damas de Branco espancadas e perseguidas
Numa ilha na qual cada um se tornou um mendigo, elas pedem o mais raro e precioso presente de todos: vossa presença.

E, oh cena que poderia ser vista pelo mundo inteiro! Vós e as Damas de Branco, juntos. Que signo para os sentidos: uma imagem tão inesperada que poderia restaurar a visão dos cegados pelo ódio, ou represar o fluxo de sangue que manchou aquela bela ilha-prisão por tanto tempo. Ela poderia também afugentar os demônios.

Vosso poder como Vigário de Cristo é único. Vós dirigis a atenção do mundo. Vós servis de consciência do mundo.

Vosso reconhecimento público das Damas de Branco poderia mudar o curso da História. Elas rezam para isso; todos nós também rezamos com elas.

Eu, um mendigo, afastado de minha terra 50 anos atrás, uno-me às corajosas Damas no pedido. Pedimos como o homem cego que não cessou de gritar a Jesus, e que o fez tão alto até ser mandado calar.

E pedimos em nome de Jesus, esperando que Vós ouvireis as nossas vozes por cima da sombra feita por aqueles que não querem que sejamos vistos ou ouvidos.

quinta-feira, 22 de março de 2012


A viagem de Bento XVI a Cuba: esperanças e preocupações

Valladares: testemunha dos mártires cubanos que morreram
bradando “Viva Cristo Rei! Abaixo o comunismo”
Por Armando F. Valladares

No dia 26 de março, Bento XVI chegará à Cuba para uma visita de três dias.

O ditador Raúl Castro prometeu que o pontífice será recebido com “carinho” e “respeito” e foi rápido em anunciar a libertação de 2.900 presos, dos quais apenas sete presos políticos.

Por seu turno, o porta-voz do Vaticano, P. Federico Lombardi, disse que Bento XVI “quer muito” conhecer Cuba e que a viagem será “certamente” um dos principais eventos de 2012.

É compreensível que o anúncio da visita papal a um país dominado por um regime comunista, especialmente cruel e repressivo, que acaba de completar 53 anos de existência, desperte esperanças de que possa contribuir para a liberação de 11 milhões de cubanos.

No entanto, expectativas semelhantes foram abertas em 1998, por ocasião da visita à Cuba de João Paulo II, mas o regime foi capaz de capitalizar politicamente a visita, usando de publicidade, o que contribuiu para a hierarquia comunista continuar no poder.

Pouco ou nada mudou em termos de liberdade, enquanto o socialismo continuou sendo decepção e frustração que duram até hoje.

Atualmente, a preocupação natural de muitos cubanos na ilha e no exílio é que uma situação semelhante se repita com a segunda viagem de um pontífice à ilha-prisão.

Política vaticana com Cuba: pouco ou nada mudou para os católicos
O secretário da Conferência dos Bispos Católicos de Cuba (COCC), monsenhor José Félix Pérez Riera, reconheceu que a visita de Bento XVI trará ao povo infeliz de Cuba um “sopro de liberdade”, mas descartou consequências políticas com a visita papal.

Pastores de Cuba são responsáveis por manter, durante as últimas décadas, uma política infeliz e persistente de colaboração com os lobos que oprimem o rebanho.

Os cubanos estão preocupados com o fato de que, devido à perspectiva da viagem papal, o regime está anunciando mudanças “cosméticas” para impressionar ingênuos ou ignorantes sobre a realidade cubana. No fundo, não mudará o natureza criminosa do regime.

Há poucos dias, por exemplo, o governo comunista levantou a possibilidade de flexibilizar a proibição contra o direito de entrar e sair livremente da ilha, aliás, uma das razões pelas quais Cuba continua a ser uma ilha prisão. Mas Raul Castro adiou o tema, refletindo o pensamento da mais recente sessão da Assembleia Nacional, que considera a proibição ponto central para “o destino da Revolução”.

Cubas quer uma religião que acerte os ponteiros com o comunismo
Em termos de liberdade religiosa, a Constituição cubana “reconhece, respeita e garante a liberdade de religião” (artigo 55). Mas pouco ou nada falam sobre a existência do artigo 62 da Constituição, que é responsável por desdizer tudo.

Este referido artigo diz que “nenhuma liberdade” pode ser exercida “contra os objetivos do Estado socialista ou contra a decisão do povo (sic) de construir o socialismo e o comunismo cubano”. E acrescenta, em uma ameaça explícita, constantemente posta em prática, que “a violação deste princípio é punível”.

O regime está disposto a tolerar apenas um tipo de religiosidade que tem efeitos anestésicos sobre a consciência, uma religião que não mostre o comunismo como doutrina diametralmente oposto aos Mandamentos da Lei de Deus.

Esta preocupação de cubanos de dentro e de fora da ilha com as perspectivas da viagem papal se justifica diante das palavras com que Bento XVI recebeu as credenciais do embaixador cubano.

O Papa chegou a elogiar o “internacionalismo” cubana, ignorando que foi ele responsável por tanto sangue e lágrimas derramadas na América Latina e África.

Na ocasião, o Papa destacou como exemplos de supostos benefícios do internacionalismo cubano a “alfabetização” e a “saúde”. No entanto, esses aspectos são bons apenas na propaganda e se constituem como garras satânicas de controle psicológico, mental e social de crianças, jovens e adultos em Cuba e outros países.

Secretário de Estado: visita frequente e bem recebida pelos tiranos
Finalmente, esta preocupação é maior quando se considera o pró-Castro demonstrado pelo cardeal Tarcisio Bertone, o atual secretário de Estado da Santa Sé, durante três viagens à ilha-prisão, a primeira delas como Arcebispo de Génova, e as duas mais recentes na sua qualidade de Secretário de Estado.

Já em sua primeira viagem, o cardeal Bertone, depois de uma longa entrevista com Fidel Castro, teceu elogios a “lucidez notável” do tirano, expressou sua convicção de que ele tinha “grande respeito pela religião” e terminou e deixou muitas pessoas estupefatas ao dizer a ilha é “ totalmente aberta”.

Como fiel católico cubano, eu acho que tenho, não só o direito, mas a obrigação de consciência de divulgar estas considerações.

Eu tenho um compromisso com os jovens mártires católicos que morreram no paredão da prisão de La Cabaña, gritando “Viva Cristo Rei! Abaixo o comunismo”.


Proclamações de fé verdadeira, heroísmo e martírio que ainda ressoam em meus ouvidos – e nos ouvidos de muitos ex-presos políticos sobreviventes de La Cabaña.

Eu tenho, sim, um compromisso a honrar com os meus amigos mortos na prisão de Castro, com a luta pela liberdade do meu país, com a história e, sobretudo, com Deus e com a Virgem de la Caridad del Cobre, Padroeira de Cuba.

Traduçao de Clésio Boeira





Armando Valladares – Escritor, pintor e poeta, padeceu durante 22 anos nos cárceres políticos de Cuba. É autor do best-seller Contra toda a esperança, onde narra o horror das prisões castristas. Foi embaixador dos Estados Unidos ante a Comissão de Direitos Humanos da ONU nas administrações Reagan e Bush. Recebeu a Medalha Presidencial do Cidadão e o Superior Award do Departamento de Estado. Escreveu numerosos artigos sobre a colaboração eclesiástica com o comunismo cubano e sobre a Ostpolitik vaticana em relação a Cuba.










segunda-feira, 19 de março de 2012


O inferno cubano e o silêncio vaticano

Armando F. Valladares

No dia 19 de janeiro p.p. — a dois meses da viagem de S.S. Bento XVI à ilha-prisão de Cuba e 24 horas antes da chegada de uma delegação vaticana de alto nível para ultimar detalhes da visita papal — o regime cubano, à maneira de uma gargalhada macabra, deixava morrer o jovem preso político Wilman Villar Mendoza [foto ao lado]. Ele era pai das meninas Geormaris e Wilmari, de 7 e 5 anos. Uma morte cruel que sua esposa, Maritza Pelegrino, não duvidou em qualificar de “assassinato”.

Tendo sido condenado a prisão em 24 de novembro de 2011, Wilman decidiu, num ato de desespero, protestar diante do mundo contra a sua condenação — e, sobretudo, contra a situação de escravidão em que jaz seu querido povo cubano — com a única coisa que julgou ter em mãos: uma greve de fome, cujo objetivo não era o de atentar contra a sua própria vida, mas de usá-la, em seu extremo abandono e aflição no fundo das masmorras castristas, como um modo muito arriscado de protesto.

Ele foi isolado e deixado nu numa cela úmida e fria, contraindo pneumonia. Seus verdugos — como já haviam feito com o também preso político e dirigente estudantil Pedro Luis Boitel, por ordens do próprio Fidel Castro, em 1972, e com Orlando Zapata Tamayo em 2010 — não lhe deram a devida atenção médica, nem água para ingerir.


Raúl Castro prepara vitima que vai ser fusilada
Ainda tentaram, mediante promessas mentirosas de libertação, que ele renegasse suas ideias em prol de uma Cuba liberta, digna e próspera. Mas percebendo que não podiam quebrar-lhe a resistência, não somente o deixaram morrer, como aceleraram a sua morte com a falta de atenção médica adequada.

Em Cuba, as Damas de Branco, das quais fazem parte a viúva de Wilman e opositoras da estatura de Martha Beatriz Roque Cabello, foram as primeiras a denunciar ao mundo, no dia 24 de novembro de 2011, a arbitrária prisão de Wilman. Foram também as primeiras a condenar a atitude criminosa do regime comunista, consumada em 19 de janeiro, tendo sido secundadas pelos governos da Espanha, Estados Unidos e Chile.

Elas receberam a solidariedade emocionante de cubanos da ilha, bem como de desterrados e de amantes da dignidade humana, da liberdade e do direito no mundo inteiro. A fundadora das Damas de Branco, Laura Pollán, morreu no ano passado num hospital, por falta de assistência médica.

Em sentido contrário, os silêncios mais clamorosos, que me conste, foram os da Secretaria de Estado da Santa Sé, do Cardeal de Havana, D. Jaime Lucas Ortega y Alamino, e da Conferência Episcopal Cubana.

Cardenal Bertone, secretário de Estado, estreita mão de Raúl Castro em Cuba
O caso desesperador do jovem Wilman era de conhecimento público havia dois meses. Aqueles Pastores tiveram, portanto, muito tempo para falar, interceder pela sua liberdade e dar-lhe assistência espiritual no cárcere, e inclusive para lhe advertir com caridade que a Igreja se opõe às greves de fome, apresentando as razões de tal oposição.

Eles tiveram muito tempo para exigir uma assistência médica adequada e deixar claro aos carcereiros que estes já não mais podiam continuar agindo impunemente. Mas, até hoje, que me conste, eles permanecem num inexplicável silêncio.

Será que tais Pastores não conhecem o opróbrio e a injustiça de que são vítimas os presos políticos em Cuba, ou conhecem e permanecem indiferentes? Será que não estão a par da violação institucionalizada de todos e de cada um dos Mandamentos da Lei de Deus, ou estão e também são indiferentes a esse fato marcante? Não ouvem esses gritos de desespero e angústia que brotam dos cárceres cubanos? Esse drama inimaginável nada lhes fala e não lhes sugere outra atitude a não ser esse pesado silêncio?

Diplomacia vaticana tem sentido único:
agrada os torturadores e esquece as vítimas
Através de conhecidos motores de busca da Internet, procurei localizar, da parte de alguma autoridade eclesiástica vaticana ou cubana, sequer uma declaração de consolo cristão para a família do preso político; ou a narração de eventuais tratativas junto aos carcereiros; ou ainda uma oração pedindo misericórdia divina para Wilman e alento para o escravizado povo cubano. Mas, até o momento, nada disso encontrei.

Também de modo infrutífero tentei encontrar ao menos uma referência noticiosa à morte de Wilman no “Osservatore Romano”, na Rádio Vaticano, nas duas maiores agências católicas — Zenit e ACI —, no site web da Conferência Episcopal Cubana, nos sites web Espacio Laical y Palabra Nueva, da Arquidiocese de Havana. Quanto eu desejaria que os fatos me desmentissem!

Esse silêncio de Pastores chamados a dar a vida pelas suas ovelhas produz tanto ou mais sofrimento do que o próprio assassinato de um jovem membro do rebanho.

Silêncio mais pesado pelo fato de ter sido clamorosa a insistência pública de SS. Bento XVI e da Santa Sé em prol da defesa dos direitos da pessoa humana.

Silêncio enigmático e desconcertante da diplomacia vaticana do qual, segundo destacados jornalistas, uma das raízes históricas parece estar no próprio silêncio do Concílio Vaticano II em relação ao comunismo, ao conceder aos lobos total liberdade para dizimar o rebanho em Cuba, nos países do Leste europeu, na Rússia, na China, no Vietnã etc.

O regime castrista, aparentemente tão seguro de sua impunidade, nem sequer teve o trabalho de fuzilar Wilman, Boitel e Orlando. Deixou-os morrer de um modo como não se faz sequer com animais selvagens.

O desamparo em que ficaram sua jovem viúva e suas duas filhinhas [foto] doentes — uma epiléptica e a outra com sérios problemas respiratórios — é um reflexo dilacerante do atual drama do povo cubano.

Segundo versão recebida de Cuba pelo meu companheiro de presídio e hoje brilhante jornalista Carlos Alberto Montaner, as duas crianças não entendem o que aconteceu com o seu querido pai. Como a família tem influência cristã, a mãe lhes explicou que ele foi para o Céu. “E onde está o Céu, mamãe?” — perguntaram. “Muito longe de Cuba. Muito longe” — respondeu a jovem viúva.

É aos artífices, aos propulsores e aos mantenedores do Inferno cubano — tão, mas tão longe do Céu — a quem o silêncio vaticano favorece em primeiro lugar.

Sobre a viagem papal à ilha-prisão, escrevi no dia 1º. de janeiro de 2011 o artigo “A viagem de Bento XVI a Cuba: esperanças e preocupações”, publicado dois dias depois no “Diário Las Américas” de Miami e difundido por centenas de blogs, sites web e redes sociais de cubanos desterrados e defensores da liberdade do mundo inteiro.

O drama das Damas de Branco em Cuba

Cuba: Damas de Branco pedem a ajuda à Igreja
 

Fonte das matérias de terceiros: 
O que está acontecendo na América Latina - http://esta-acontecendo.blogspot.com.br/

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