Ou: O maior patrocinador do mensalão
Vamos partitr da seguinte hipótese:
Você é presidente de uma grande empresa. Nomeia um diretor geral para uma grande filial de um país. Ali ocorrem inúmeros escândalos de desvios, roubos, corrupção etc. O diretor geral que você contratou alega nada saber. Fim da estória?
É obvio que não!!!
Se nada sabia é incompetente e deve perder o cargo imediatamente (impeachment), além de ser rigorosamente investigado (principal suspeito)!
É assim que vejo o Brasil hoje e sei que todos brasileiros de bem concordam comigo.
Não há necessidade de protestos e falácias. É uma questão ética e assim deve ser tratada.
Lula mostrou-se extremamente incapaz ou corrupto. Ainda aposto na segunda hipótese, baseando-me na incoerência que sempre margeia os marginais que tornam a política em politicália.
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Justiça
Advogado de Jefferson pedirá inclusão de Lula como réu do mensalão
Luiz Francisco Barbosa afirma que o ex-presidente tinha domínio da situação; requerimento será apresentado na segunda-feira
Gabriel Castro e Rodrigo Rangel
O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson
(Fabio Teixeira/Futurapress)
"O procurador-geral da República sugeriu que o presidente, que tem até
título de doutor honoris causa, fosse um pateta. Mas ele tinha domínio
de tudo"
"O procurador-geral da República sugeriu que o presidente, que tem até título de doutor honoris causa, fosse um pateta. Mas ele tinha domínio de tudo", disse o representante de Jefferson ao site de VEJA.
Há poucas chances de o pedido prosperar, mas a solicitação de Barbosa pode retomar a discussão sobre a responsabilidade de Lula em um momento em que os holofotes estão voltados para o Supremo Tribunal Federal.
O advogado de Jefferson alegará que os três ex-ministros citados no processo, Anderson Adauto, Luiz Gushiken e José Dirceu, não tinham poder para enviar ao Congresso projetos de lei - segundo a denúncia do Ministério Público, o governo comprou o apoio de parlamentares para facilitar a aprovação de propostas no Congresso. Por isso, Lula era o maior interessado no funcionamento do esquema. E, mesmo depois de ter sido avisado por Roberto Jefferson sobre a existência do mensalão, o então presidente não teria tomado providência.
Barbosa cita ainda outro episódio que envolveria o petista: Lula assinou a lei que alterava as regras para a operação de crédito consignado a aposentados: o BMG, até então fora do mercado, passou a participar do negócio. O governo ainda deu um auxílio extra ao enviar cartas a mais de 10 milhões de aposentados, convidando-os a emprestar dinheiro. "Em um ano, o BMG fez cinco vezes mais negócios do que a Caixa, que tinha um número de agências muito maior", alega o advogado. Só depois, afirma o defensor de Roberto Jefferson, é que a instituição bancária passou a abastecer o esquema do valerioduto, onde despejou cerca de 30 milhões de reais. Com o ato de ofício de Lula - a lei que favoreceu o BMG - ficaria reforçada a participação do petista no episódio.
Em ocasiões anteriores, Luiz Francisco Barbosa questionou o Supremo Tribunal Federal a respeito da ausência de Lula no processo. Em todas as vezes, a Corte se recusou a discutir o caso. Esta será a primeira vez em que a inclusão do petista como réu será solicitada diretamente. "O presidente terá de submeter o tema ao plenário", diz o advogado.
Para imprensa internacional, mensalão ameaça legado de Lula
Reportagens publicadas nas últimas semanas por jornais da Argentina, Espanha, França e Inglaterra destacam a “cultura da corrupção” no Brasil
Matéria do jornal francês Le Monde sobre o mensalão
(Reprodução)
“Quem seguramente não perderá nenhum episódio será Lula,
fundador do PT, que, em que pese não ser réu, tem muito em jogo”
Além de dominar as manchetes dos principais jornais do Brasil, o
julgamento do mensalão entrou na pauta da imprensa internacional. Nas
últimas duas semanas, jornais de todo o mundo destacaram em suas páginas
o “julgamento do século” do Brasil. Os periódicos estrangeiros
aproveitaram o episódio para falar sobre a cultura da corrupção no país e
alertaram: o julgamento será uma oportunidade para mudar esse mau
hábito dos políticos brasileiros.
A imprensa internacional analisa ainda que o julgamento põe em xeque o
legado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pode comprometer os
planos do petista de voltar ao poder. O francês Le Monde
apresenta o mensalão como “o escândalo que quase custou a reeleição de
Lula em 2006”. Jornais americanos e europeus concordam, no entanto, que o
mensalão não deve comprometer a imagem da presidente Dilma Rousseff,
mesmo sendo ela do PT. Na avaliação dos estrangeiros, Dilma conseguiu
mostrar compromisso com a transparência e o combate à corrupção, ao
demitir sete ministros envolvidos em escândalos.
“A sucessora de Lula conseguiu um bônus de credibilidade entre os
brasileiros depois de destituir sem hesitação um punhado de membros de
seu gabinete acusados de corrupção”, afirma editorial do espanhol El País,
em 6 de agosto. “Parece improvável que Dilma seja diretamente afetada
pelo julgamento, pois demitiu ministros envolvidos em escândalos”, diz
reportagem publicada em 2 de agosto no The Guardian, da Inglaterra.
“Dilma teve uma atitude bem diferente da de Lula diante de acusações de
corrupção que surgiram durante seu governo desde que assumiu o poder”,
lembra o La Nacion, da Argentina. “Diante de denúncias da
imprensa contra seus funcionários, a presidente pediu explicações
imediatamente e, não as considerando adequadas, exigiu a renúncia dos
suspeitos.”
Os jornais destacam as falas contraditórias do ex-presidente Lula a
respeito do mensalão: ele primeiro pediu desculpas pelo erro e agora
nega a existência do esquema. Na análise do La Nacion, o
julgamento será um "teste de Teflón" de Lula – lembrando a tese segundo a
qual nenhuma má notícia "cola" no petista. “Em 2005, as acusações não
aderiram a Lula pois ele argumentou ter se sentido traído por seus
companheiros de partido. Ele superou a crise com um pedido de desculpas
pelos "erros" do governo e do PT”, afirma o jornal da Argentina. “Nos
últimos anos, no entanto, depois de conseguir eleger Dilma, Lula
desqualificou as acusações do mensalão e passou a tratá-las como uma
invenção da imprensa.”
O La Nacion chega a ironizar a preocupação de Lula com o
julgamento. “O escândalo pode até mesmo ofuscar o truculento enredo da
telenovela mais popular do momento, Avenida Brasil”, diz o jornal, em
artigo de 2 de agosto, dia do início do julgamento no Supremo Tribunal
Federal (STF). “Quem seguramente não perderá nenhum episódio será Lula,
fundador do PT, que, em que pese não ser réu, tem muito em jogo.”
O francês Le Monde afirma que a esquerda brasileira parece ter
aprendido pouco com o mensalão. “A esquerda parece não ter aprendido
nada substantivo. A questão, além de financiamento de campanha, era o
tipo de aliança formada pelo PT”, diz o jornal em artigo de 1º de
agosto. “Para formar maioria no Congresso e um governo estável, os dois
presidentes do PT ligaram seus destinos a partidos sem identidade e sem
programa.”
Cultura de corrupção - O Le Monde aproveitou o
início do julgamento e publicou no dia 3 de agosto um retrospecto
mostrando como casos de corrupção estão intrincados na história política
do Brasil. Entre os personagens rememorados pelo jornal francês estão o
ex-governador paulista Adhemar de Barros e seu bordão "rouba, mas faz";
o ex-presidente Fernando Collor, que sofreu impeachment e hoje é
senador e aliado de primeira hora do PT; o presidente do Senado, José
Sarney; e o ex-governador Paulo Maluf. “Casos como o do ex-presidente
Collor mostram como a luta contra a impunidade está longe de ser
vencida. Daí a importância do veredicto de Brasília”, conclui o jornal
francês.
O britânico The Guardian diz que “corrupção e assassinatos não
são novidade no Brasil”, mas que, com um caso tão grave sendo levado a
julgamento, acende-se uma esperança de que algo mude. O jornal dedica
boa parte da reportagem sobre mensalão, publicada em 2 de agosto, para
relembrar dois casos recentes de violência contra quem tenta fazer
justiça no Brasil. Eles narram o caso do assassinato em julho do
investigador da Polícia Federal que atuou na investigação de Carlinhos
Cachoeira e das ameaças recebidas pelo juiz que trabalhava no caso.
O editorial do El País afirma que os brasileiros são
tolerantes com a corrupção. “Eles dizem em pesquisas não tolerar a
corrupção entre os políticos, mas logo votam neles sem problemas. Lula
mesmo foi reeleito no ano seguinte da explosão do escândalo do
mensalão”, diz o jornal espanhol. “Uma sentença exemplar, além de
macular o legado de Lula, contribuiria para enfraquecer a arraigada
cultura da corrupção e da impunidade dos poderosos no Brasil.”
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