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domingo, 20 de janeiro de 2013

Jornalistas chineses dão exemplo de coragem


CHINA - Jornalistas vão às ruas exigir fim da censura

Enquanto a imprensa no Brasil se verga ao "puder" e arrisca sua liberdade, os chineses dão exemplo de como enfrentar o estúpido totalitarismo. O mesmo que se implanta a olhos vistos na república do Povo Banana.
Celso Brasil 

Reproduzido de O Globo, 9/1/2013; título original: “Jornalistas chineses vão às ruas exigir fim da censura”

Na mesma semana em que anunciou uma reforma em seu sistema penal, com o possível fechamento dos campos de trabalho forçado, o Partido Comunista da China (PCC) deu exemplos de que manterá a rédea curta com ativistas e meios de comunicação. O jornal Semanário do Sul (em tradução literal) teve um editorial banido pela censura, gerando revolta em microblogs e nas ruas de Cantão, no Sul do país. E o polêmico Artigo 73, que institui a detenção em local secreto, sem que o preso tenha direito a encontrar um advogado, foi aplicado pela primeiro vez – seu alvo foi um homem de 62 anos.
O Semanário do Sul aproveitou o Réveillon para reivindicar reformas democráticas. O editorial não passou pelo censor, que o substituiu por um texto louvando o regime comunista.
A revolta foi da redação para a internet. Estudantes assinaram cartas abertas pedindo a demissão do censor. Celebridades publicaram declarações de apoio aos protestos em microblogs – o que levou o governo a fechar diversas contas nesses sites – e centenas de pessoas deixaram flores em frente à sede do jornal.
Na terça-feira (8/1), jornalistas e ativistas uniram-se nas ruas de Cantão num protesto usando máscaras e ostentando cartazes exigindo liberdade de expressão. Encontraram no caminho um movimento fiel ao PCC, empunhando bandeiras da China e chamando os manifestantes de “traidores”. A polícia teve de apartar algumas brigas. “É o único jornal do país, relativamente falando, mais capaz de reportar a verdade”, defendeu Cheng Qiubo, ativista pró-democracia. “Estamos furiosos com sua censura. Queremos que os meios de comunicação sejam livres.”
Prisão polêmica
O desejo de Cheng, porém, parece cada vez mais longe da realidade. Anteontem, o ativista Zhu Chengzhi, de 62 anos, tornou-se o primeiro caso conhecido de aplicação do Artigo 73, a controversa nova lei que permite a prisão em local desconhecido e por tempo indeterminado de pessoas que “ameaçam a segurança do Estado”. A detenção ocorreu em Shaoyang, também no Sul. As autoridades informaram à família de Zhu que ele ficaria sob “vigilância domiciliar”.
O artigo legaliza uma prática iniciada em 2011, quando o regime chinês deteve preventivamente dezenas de ativistas, temendo que, inspirados pela Primavera Árabe, eles incitassem movimentos pró-democracia no país. A família deve ser notificada em 24 horas, mas a polícia não é obrigada a revelar o paradeiro do preso.
Zhu é acusado de “incitar a subversão”, por postar online fotos de Li Wangyang, encontrado morto numa enfermaria de Shaoyang com o pescoço amarrado numa corda feita de ataduras de algodão. A declaração do governo de que Li se suicidara enfureceu estudantes e ativistas.

Um comentário:

  1. O que mais está deixando a mídia atrelada a esse governo ditador, são esses mega-eventos para os próximos anos!
    Dinheiro demais investidos!
    " A propaganda é a alma do negócio"...
    Com toda essa falsa propaganda governamental, circulando pela mídia; quem se importará com as verdades que podem trazer por terra esses eventos?
    Vão comemorar cada gol em cima das nossas carências básicas amigo!
    Belíssimo exemplo dos chineses!

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